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Saturday, March 30, 2013

Dia do anjo


Dia do Anjo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Hera é a planta que simboliza o dia do Anjo, anteriormente festa da Hera.
O Anjo, Dia do Anjo ou Festa da Hera, é uma festa do litoral norte português com origem na Póvoa de Varzim, mas também comemorado em diversas localidades (em especial Vila do Conde e Esposende) no qual a população faz um piquenique familiar nos campos e bouças da região na segunda-feira depois da Páscoa, ficando as cidades semi-desérticas. Na Póvoa de Varzim, a população e empresas preferem trabalhar na Sexta-Feira Santa, feriado nacional, e ter a segunda-feira de folga.

Festa da Hera

Esta festividade popularizada na Festa da Hera dos anos 20 do século XX,[1] possuiu algumas reminiscências de cultos pagãos, iniciada com a ida tradicional da população da Póvoa de Varzim às bouças do Anjo, como é conhecida a freguesia de Argivai (paróquia de São Miguel - o Anjo), onde parte da população tinha origem. No final do século XX, o desenvolvimento urbano da Póvoa de Varzim, nomeadamente a criação de auto-estradas (reduzindo e dividindo significativamente os espaços verdes), a crescente população e a necessidade de variedade de destinos fizeram com que muitas outras áreas da região fossem usadas para esse piquenique familiar, sendo Barca do Lago e Pinhais do litoral de Esposende, São Félix e Serra de Rates na Póvoa de Varzim e o litoral de Mindelo em Vila do Conde bastante populares. No entanto, algumas famílias tradicionais continuam a visitar as zonas verdes que restam da freguesia de Argivai. E, a tradição de fazer casais se deteriorou passando a ser um dia de piquenique de família.
A Hera é uma planta muito comum na Póvoa de Varzim. Acha-se com grande frequência nos muros graníticos que dividem os campos rurais. Na Páscoa, quando chega a primavera, adquirem simbolismo, aquando da visita do compasso com a cruz dando a "boa nova" a cada casa, a população espalha folha de hera em frente à porta de suas casas para serem calcadas pelo compasso. Estas folhas espalhadas pelas ruas podem também formar caminhos, por onde deve passar o compasso ao passar a rua, visitando todas as casas com a porta aberta. A colocação das folhas depende do brio dos residentes de cada rua.
A partir de 1966, a câmara municipal de Vila do Conde começou a dar tolerância de ponto aos seus funcionários.

Dia dos namorados

O Dia do Anjo era também um dia dos namorados. Os estudantes e outros rapazes solteiros esperavam esse dia com ansiedade. Visto que era o único dia que os pais davam inteira liberdade de manhã à noite. A meio do piquenique cantavam-se muitas músicas do cancioneiro poveiro que puxavam para a dança.
As raparigas, nos anos 20, para financiar os músicos dissidentes da Banda Poveira e que fundaram a Banda Povoense (popularmente Banda dos Passarinhos) aproveitaram a tradicional ida ao Anjo e colocavam-se à entrada das bouças, onde as famílias faziam os piqueniques, vendendo folhas de hera aos casais que passassem:
"Quem pela hera passou
e uma folhinha não tirou,
do seu amor não se lembrou."
ou
"Quem me dera ser a hera
Pela parede subir
E espreitar à janela
Do teu quarto de dormir."

Levando a que os casais que passassem as comprassem. Os rapazes colocavam uma folha no chapéu ou no bolso do casaco e as raparigas as prendiam ao peito.


Thursday, March 21, 2013

Entrevista com E.L. James para a revista VEJA




Entrevista com E.L. James, autora do livro mais vendido no mundo no momento: “Experimentar coisas diferentes [no sexo] com o parceiro pode ser um bocado divertido”

O sadomasoquismo é uma fantasia feminina?

Creio que é uma fantasia que as mulheres não sabem ter até deparar com ela. Por razões óbvias, trata-se de algo muito subterrâneo, um tabu. Portanto, a maioria das mulheres não conhece os princípios básicos do sadomasoquismo — e essa novidade, em Cinquenta Tons, acabou se revelando muito atraente para as leitoras.

Mas as objeções que os críticos de Cinquenta Tons fazem à dominação sexual que Christian Grey impõe a Ana Steele são na maioria de caráter feminista — o tabu, hoje, é a ideia de uma mulher se submeter a um homem, não?

As mulheres não querem e não devem ser submissas, mas estamos falando aqui do que acontece no quarto, a portas fechadas. É bem sabido que a sexualidade ignora regras, e experimentar coisas diferentes com o parceiro pode ser um bocado divertido. Não significa que a submissão vai continuar fora do quarto, ora.

Fico ofendida quando alguém diz que estou contribuindo para um retrocesso da condição feminina. Que bobagem! O que Cinquenta Tons fez, na verdade, foi encorajar as mulheres a voltar a falar sobre sexo — e essa é a razão pela qual a trilogia, antes de ser encampada pelo mercado editorial, foi um fenômeno viral na internet. Isso não é retrocesso. É avanço.

Existe muita ficção picante feita para mulheres. Por que sua trilogia, especificamente, se tornou um fenômeno?

A maior parte dessa ficção é produzida não sob impulso criativo, mas como um plano de marketing: vamos atender às demandas desse segmento demográfico com um produto talhado para ele. Mas nem que eu quisesse eu seria capaz de conceber um livro como estratégia de marketing. Sou uma diletante que começou a escrever sobre dois personagens que lhe vieram à cabeça e que foi sendo levada pela história deles.

Minha trilogia pode ter defeitos, mas a falta de autenticidade não é um deles. O meu interesse por Christian e Ana é genuíno e, nos termos do mercado editorial, inocente.

O que a levou a trocar sua carreira como gerente de produção em TV pela escrita?

Uma coincidência. Eu estava muito infeliz no último emprego — e, no mesmo momento, vi por acaso o primeiro filme da série Crepúsculo. Adorei. Pedi então ao meu marido que me desse o livro como presente de Natal. Ele me deu a série toda, e eu a li inteirinha, de cabo a rabo, em cinco dias. Antes do Ano-Novo já tinha terminado — e só não a recomecei do início imediatamente porque me sentei ao computador e comecei a escrever. Foi como se alguém tivesse acionado um interruptor em mim.>

No princípio, escrevia para me consolar da insatisfação no trabalho. Mas a coisa foi ganhando vulto. Escrevi um romance entre janeiro e abril, e mais outro nos meses seguintes. Nenhum dos dois, aliás, viu a luz do dia até hoje: eu teria de mexer muito neles até deixá-los em condições mínimas de publicação.

O que a seduziu em Crepúsculo?

O fato de ser um romance tão assumido e tão desavergonhado no seu romantismo — feito sem ironia, sem tentar parecer mais do que é. E achei-o também muito erótico, embora seja tão casto.

Como essa brincadeira levou a Cinquenta Tons?

Descobri a fan fiction — sites em que fãs de determinado livro escrevem seus próprios contos ou livros tendo o original como inspiração. Achei que poderia ser um exercício divertido, e das minhas incursões nele me veio a ideia do que viria a ser Cinquenta Tons.

Mas era estritamente um passatempo. Nunca, nem nos meus devaneios mais delirantes, imaginei que a trilogia se tornaria o que se tornou. Mesmo quando o livro começou a fazer sucesso na internet, meu sonho se limitava a ver o livro exposto na vitrine de uma livraria — um único exemplar que fosse. E esse parecia então um sonho distante: Cinquenta Tons foi publicado originalmente por uma pequena editora australiana, em forma de e-book ou de edição impressa sob encomenda, que saía caríssimo para o freguês.

Os dois primeiros romances que a senhora escreveu, aqueles que nunca viram a luz do dia, têm algo em comum com Cinquenta Tons?

O primeiro também é um romance erótico, e o segundo tem elementos sobrenaturais. Embora sejam enredos completamente diferentes do de Cinquenta Tons, são ambos histórias de amor adultas. Isso é o que me interessa, histórias de amor — e o fato é que, quando as pessoas se apaixonam e começam uma relação, elas fazem sexo. Muito sexo, se não me falha a memória.

A senhora nasceu e morou a vida toda na Inglaterra. Por que então Cinquenta Tons se passa nos Estados Unidos, com personagens americanos?

Porque ele nasceu de um exercício de fan fiction de Crepúsculo, e eu não queria mudar o cenário geral nem a idade aproximada dos personagens. É claro que escrever em “americano” não foi fácil: faltam-me as referências culturais, o conhecimento das expressões idiomáticas do dia a dia — coisas que só conheço de filmes e seriados. É bem possível que eu tenha cometido escorregões, mas até agora nenhum leitor americano reclamou.

Talvez porque eles estejam mais preocupados com outros aspectos do livro?

O sexo, claro. Tenho estranhado um pouco a reação da imprensa e do público americanos: às vezes eles falam de Cinquenta Tons como se a trilogia fosse escandalosamente pornográfica. Ora, o sexo, inclusive o sexo descrito em termos gráficos, é frequente na ficção romântica.

Eu mesma, nos meus 30 anos, quando tinha de andar horas de metrô todo dia, adorava passar o tempo lendo autores americanos cujos livros pingavam sexo. Eu dobrava o livro no meio, para a capa e a contracapa ficarem encostadas e ninguém perceber com o que é que eu estava tão entretida.

Acho que o que chama atenção em Cinquenta Tons é o sadomasoquismo. Mas a minha versão dele é ligeiríssima se comparada com a coisa real.

A senhora recebe muita correspondência de fãs?

Dezenas de e-mails todos os dias. Eles vão desde congratulações até comentários sobre como a trilogia apimentou a vida sexual da leitora. E, em alguns casos, recebo mensagens de leitores e leitoras que, assim como Christian, sofreram abuso sexual na infância.

Algumas dessas mensagens são de levar às lágrimas. Então, por mais que se comente o sexo explícito do livro, acho que há também outras razões que fazem os leitores envolver-se com ele.

Qual a sua opinião sobre o termo “mommy porn”, que entrou em circulação por causa de Cinquenta Tons?

A mim parece que é uma dessas expressões que jornalistas adoram criar para categorizar coisas novas. Cinquenta Tons trata de uma relação consensual entre dois adultos. Não me incomoda que apliquem a palavra “porn” ao livro, portanto, porque ela perdeu o sentido de designação da pornografia de fato, no seu cunho explorativo e abjeto.

Hoje em dia tudo é “porn”: revistas de arquitetura e decoração são “property porn”, programas de culinária na televisão são “food porn”. Qual a importância de um “porn” a mais ou a menos?

Vir de outra profissão e não ter sido treinada como escritora atrapalhou ou deu à senhora mais liberdade para desprezar as convenções literárias que não lhe interessavam?

Ajudou muito mais do que atrapalhou. Eu tinha uma boa carreira e poderia ter continuado nela até o fim da vida. Escrevia para mim mesma e, portanto, fazia-o livre de angústia e de preocupações. Acho sinceramente que esse prazer na escrita transpira nas páginas dos livros e responde ao menos em parte pelo sucesso deles. O difícil, agora, é compreender essa criatura que a minha vida se tornou.

A senhora já se deu conta de que não há caminho de volta?

Não, não completamente. Até porque haverá: um dia essa comoção vai arrefecer. Por isso me orgulho um tantinho de poder afirmar que sou a mesma pessoa de antes de Cinquenta Tons. Não mudei, e sei que essa integridade me será útil no futuro.

Mas a trilogia a deixou rica, não?

Tento não pensar nisso. Aliás, nem preciso tentar: outro dia fiquei presa no metrô, por causa de um problema na linha, e os amigos com quem eu estava indo me encontrar perguntaram: “Mas por que você não tomou um táxi?”.

Não tomei porque nunca teria tomado, ora. Estava bem no metrô, vez por outra ele atrasa, e é assim que as coisas são. Não pretendo sair torrando dinheiro por aí. A bem da verdade, meu marido e eu fazemos o possível para esquecer que ele está lá, no banco.

Compramos um carro novo e tiramos longas férias em família, nós dois e nossos meninos, de 17 e 15 anos. Não há mais nada em que eu sinta necessidade de gastar neste momento. Depois, veremos.

A senhora saiu, da noite para o dia, de uma vida normal para uma roda-viva de viagens, contratos, sessões de autógrafos e entrevistas. Tem sido difícil lidar com a celebridade súbita?

Aqui na Inglaterra ninguém me reconhece, ou, se reconhece, não demonstra, o que ajuda a manter a aparência de normalidade da vida. As sessões de autógrafos são uma diversão: adoro conhecer as leitoras, e não me conformo com as intimidades que elas me contam. As entrevistas, tudo bem — exceto as de TV. Odeio com todas as minhas forças aparecer na TV.

Passei a vida do outro lado da câmera, e me sinto até meio mal, fisicamente, depois. Suponho que tenha algo a ver com vaidade: se eu fosse jovenzinha, magra e linda, talvez até gostasse. Mas acho que, na maior parte das vezes, essa aversão vem de essa ser uma situação fora do meu controle: não sei como vou aparecer no vídeo, como o material vai ser editado — sabe como é, de alguém Christian Grey tinha de herdar essa obsessão controladora.

Essa, eu diria, é a parte mais difícil da celebridade súbita. Sempre fui uma pessoa organizada, tanto que fiz da capacidade de organização uma profissão na TV. Hoje, quando estou a trabalho, há uma multidão encarregada de “cuidar” de mim: é para lá que a senhora vai, este é o hotel, aqui está o carro, a tal hora viremos buscá-la ou lhe dar de comer. Deve haver quem goste, mas eu acabo me sentindo uma incapaz.

Seus filhos demonstraram algum interesse na leitura de Cinquenta Tons?

Não, não, não. Meus meninos não leem nada, de jeito nenhum. Com a exceção de ameaçá-los com uma arma, já tentamos de tudo, mas parece que, para eles, não ler é uma questão de honra.

Nesse caso em particular, acaba sendo um alívio. Não quero nem imaginar meus garotos lendo Cinquenta Tons. Nem eles, claro: mamãe e sexo são duas ideias que não vão bem juntas.

Eles sabem por alto do que se trata. Sabem que tem um lado salaz, que é gráfico, que está fazendo sucesso — e têm orgulho desse sucesso, por mim. Mas dispensam maiores detalhes.

Outro dia, aliás, uma leitora de apenas 15 anos veio falar comigo. Tive vontade de dar um pito nela: “Sua mãe sabe que você está lendo isto aqui?”.

Fonte | Equipe 50 Shades of Grey Brasil (Finilla)

Revista Veja

Wednesday, March 20, 2013

O Inferno De Gabriel - Sylvain Reynard

Sinopse:
"A salvação de um homem. O despertar da sexualidade de uma mulher".


                           Enigmático e sedutor, Gabriel Emerson é um renomado especialista em Dante. Durante o dia assume a fachada de um rigoroso professor universitário, mas à noite se entrega a uma desinibida vida de prazeres sem limites. O que ninguém sabe é que tanto sua máscara de frieza quanto sua extrema sensualidade na verdade escondem uma alma atormentada pelas feridas do passado. Gabriel se tortura pelos erros que cometeu e acredita que para ele não há mais nenhuma esperança ou chance de se redimir dos pecados. Julia Mitchell é uma jovem doce e inocente que luta para superar os traumas de uma infância difícil, marcada pela negligência dos pais. Quando vai fazer mestrado na Universidade de Toronto, ela sabe que reencontrará alguém importante – um homem que viu apenas uma vez, mas que nunca conseguiu esquecer.Assim que põe os olhos em Julia, Gabriel é tomado por uma estranha sensação de familiaridade, embora não saiba dizer por quê. A inexplicável e profunda conexão que existe entre eles deixa o professor numa situação delicada, que colocará sua carreira em risco e o obrigará a enfrentar os fantasmas dos quais sempre tentou fugir. Primeiro livro de uma trilogia, O inferno de Gabriel explora com brilhantismo a sensualidade de uma paixão proibida. É a história envolvente de dois amantes lutando para superar seus infernos pessoais e enfim viver a redenção que só o verdadeiro amor torna possível.

Bem o livro aborda o tema 'dante'. Vocês sabem de onde vem? Ou quem foi Dante? E também sobre a vida dele e obras, uma 'Beatrice'
.

Dante Alighieri (Florença, 1º de junho de 1265  Ravena, 13 ou 14 de setembro de1321) foi um escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta ("o sumo poeta").
Seu nome, segundo o testemunho do filho Jacopo Alighieri, era um hipocorístico de "Durante".[1] Nos documentos, era seguido do patronímico "Alagherii" ou do gentílico"de Alagheriis", enquanto a variante "Alighieri" afirmou-se com o advento de Boccaccio.
Foi muito mais do que literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia), que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo. Nasceu em Florença, onde viveu a primeira parte da sua vida até ser injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal: foi abandonado por seus parentes. Apesar dessa condição, seu amor incondicional e capacidade visionária o transformaram no mais importante pensador de sua época.
Não há registro oficial da data de nascimento de Dante. Ele informa ter nascido sob o signo de Gêmeos, entre fim de maio e meados de junho. A referência mais confiável é a data de 25 de maio de 1265. Dante, na verdade, é uma abreviação de seu real nome, Durante.
Nasceu numa importante família florentina (cujo apelido era, na realidade, Alaghieri) comprometida politicamente com o partido dos Guelfos, uma aliança política envolvida em lutas com outra facção de florentinos: os Gibelinos. Os Guelfos estavam ainda divididos em "Guelfos Brancos" e "Guelfos Negros". Dante, no Inferno (XV, 76), pretende dizer que a sua família tem raízes na Roma Antiga, ainda que o familiar mais antigo que se lhe conhece (citado pelo próprio Dante, no livro Paraíso, (XV, 135), seja Cacciaguida do Eliseu, que terá vivido, quando muito, à volta do ano 1100 (o que, relativamente ao próprio Dante, não é muito antigo).
O seu pai, Alighiero di Bellincione, foi um "Guelfo Branco'. Não sofreu, porém, qualquer represália após a vitória do partido Gibelino naBatalha da Montaperti. Essa consideração por parte dos próprios inimigos denota, com alguma segurança, o prestígio da família.
A mãe de Dante chamava-se Bella degli Abati, nome algo comentado por significar "a bela dos abades", ainda que Bella seja uma contracção de Gabriella. Morreu quando Dante contava apenas com cinco ou seis anos de idade. Alighiero rapidamente se casou com Lapa di Chiarissimo Cialuffi. (Há alguma controvérsia quanto a esse casamento, propondo alguns autores que os dois se tenham unido sem contrair matrimónio, graças a dificuldades levantadas, na época, ao casamento de viúvos). Dela nasceram o irmão de Dante, Francesco, e Tana (Gaetana), sua irmã.
Com a idade de doze anos, em 1277, sua família impôs o casamento com Gemma, filha de Messe Manetto Donati, prática comum — tanto no arranjo quanto na idade — na época. Era dada uma importância excepcional à cerimónia que decorria num ambiente muito formal, com a presença de um notário. Dante teve vários filhos de Gemma. Como acontece, geralmente, com pessoas famosas, apareceram muitos supostos filhos do poeta. É provável, no entanto, que Jacopo, Pietro e Antonia fossem, realmente, seus filhos. Antonia tomou o hábito de freira, com o nome de Irmã Beatriz. Um outro homem, chamado Giovanni, reclamou também a filiação mas, apesar de ter estado com Dante no exílio, restam algumas dúvidas quanto à pretensão.
Pouco se sabe sobre a educação de Dante, presumindo-se que tivesse estudado em casa, de forma autodidata. Sabe-se que estudou a poesia toscana, talvez com a ajuda de Brunetto Latini (numa idade posterior, como se dirá de seguida). A poesia toscana centrava-se na "Scuola poetica siciliana", um grupo cultural da Sicília que se dava a conhecer, na altura, na Toscânia. Esse interesse depressa se alargou a outros autores, dos quais se destacam os menestréis e poetas provençais, além dos autores da Antiguidade Clássica latina (de entre os quais elegia, preferencialmente, Virgílio, ainda que também tivesse conhecimento da obra de Horácio, Ovídio, Cícero e, de forma mais superficial, Tito Lívio, Séneca, Plínio e outros de que encontramos bastantes referências na Divina Comédia.
É importante referir que durante estes séculos escuros (em italiano "Secoli Bui", expressão usada por alguns para referir-se à Idade Média, designando-a como "Idade das trevas" - noção que hoje em dia é rebatida por muitos historiadores que demonstram que essa época foi muito mais rica culturalmente do que aquilo que a tradição pretende demonstrar), a península Itálica era politicamente dividida em um complexo mosaico de pequenos Estados, de modo que a Sicília estava tão longe, cultural e politicamente, de Florença quanto a Provença. As regiões do que hoje é a Itália ainda não compartilhavam a mesma língua nem a mesma cultura, também em virtude das vias de comunicação deficitárias. Não obstante, é notório o espírito curioso de Dante que, sem dúvida, pretendia estar a par das novidades culturais a um nível internacional.
Aos dezoito anos, com Guido Cavalcanti, Lapo Gianni, Cino da Pistoia e, pouco depois, Brunetto Latini, Dante lança o Dolce Stil Nuovo. Na Divina Comédia (Inferno, XV, 82), faz-se uma referência especial a Brunetto Latini, onde se diz que terá instruído Dante. Tanto na Divina Comédia como na Vita Nuova depreende-se que Dante se terá interessado por outros meios de expressão como a pintura e a música.
Ainda jovem (18 anos), conheceu Beatrice Portinari, a filha de Folco dei Portinari, ainda que, crendo no próprio Dante, a tenha fixado na memória quando a viu pela primeira vez, com nove anos (teria Beatriz, nessa altura, oito anos). Há quem diga, no entanto, que Dante a viu uma única vez, nunca tendo falado com ela. Não há elementos biográficos que comprovem o que é que seja.
É difícil interpretar no que consistiu essa paixão, mas, é certo, foi de importância fulcral para a cultura italiana. É sob o signo desse amor que Dante deixou a sua marca profunda no Dolce Stil Nuovo e em toda a poesia lírica italiana, abrindo caminho aos poetas e escritores que se lhe seguiram para desenvolverem o tema do Amor (Amore) que, até então, não tinha sido tão enfatizado. O Amor por Beatriz (tal como o amor quePetrarca demonstra por Laura, ainda que numa perspectiva diferente) aparece como a justificativa da poesia e da própria vida, quase se confundindo com as paixões políticas, igualmente importantes para Dante.
Quando Beatriz morreu, em 1290, Dante procurou refúgio espiritual na filosofia daLiteratura latina. Pelo Convívio, sabemos que leu a "De consolatione philosophiae", deBoécio, e a "De amicitia", de Cícero. Dedicou-se, pois, ao estudo da filosofia em escolas religiosas, como a Dominicana de Santa Maria Novella, tanto mais que ele próprio era membro da Ordem Terceira de São Domingos. Participou nas disputas entre místicos e dialécticos, que se travavam, então, em Florença nos meios académicos, e que se centravam em torno das duas ordens religiosas mais relevantes. Por um lado, os Franciscanos, que defendiam a doutrina dos místicos (São Boaventura), e, por outro, os Dominicanos, que se socorriam das teorias de Tomás de Aquino. A sua paixão "excessiva" pela filosofia é criticada por Beatriz (representando a Teologia), no Purgatório.
Dante participou, também, na vida militar da época. Em 1289, combateu ao lado dos cavaleirosflorentinos, contra os de Arezzo, na batalha de Campaldino, em 11 de junho. Em 1294, estava com os soldados que escoltavam Carlos de Anjou (também referido por vezes como Martel) quando este estava em Florença.
Foi, também, médico e farmacêutico; não pretendia exercer essas profissões mas, segundo uma lei de 1295, todo nobre que pretendesse tomar um cargo público devia pertencer a uma dasGuildas (Corporazioni di Arti e Mestieri - ou seja, "Corporação de Artes e Ofícios"). Ao entrar na guilda dos boticários, Dante podia, assim, aceder à vida política. Esta profissão não era, de todo, inadequada para Dante, já que, na época, os livros eram vendidos nos boticários. De 1295 a 1300, fez parte do "Conselho dos Cem" (o Conselho da Comuna de Florença), onde fez parte dos seispriores que governavam a cidade.
O envolvimento político de Dante acarretou-lhe vários problemas. O papa Bonifácio VIII tinha a intenção de ocupar militarmente Florença. Em 1300, Dante estava em San Gimignano, onde preparava a resistência dos guelfos toscanos contra as intrigas papais. Em 1301, o papa enviouCarlos de Valois, (irmão de Felipe o Belo, rei de França), como pacificador da Toscânia. O governo de Florença, no entanto, já recebera mal os embaixadores papais, semanas antes, de forma a repelir qualquer influência da Santa Sé. O Conselho da cidade enviou, então, uma delegação a Roma, com o fim de indagar ao certo as intenções do Sumo Pontífice. Dante chefiava essa delegação.
Bonifácio rapidamente enviou os outros representantes de Florença de volta, retendo apenas Dante em Roma. Entretanto, a 1 de novembro de 1301, Carlos de Valois entrava em Florença com os Guelfos Negros que, por seis dias, devastaram a cidade e massacraram grande número de partidários da facção branca. Instalou-se, então, um governo apoiante dos Guelfos Negros, e Cante dei Gabrielli di Gubbio foi nomeado "Podestà" (funcionário público designado pelas famílias mais influentes da cidade). Dante foi condenado, em Florença, ao exílio por dois anos, além de ser condenado a pagar uma elevada multa em dinheiro. Ainda em Roma, o papa "sugeriu-lhe" que aí se mantivesse, sendo considerado, a partir de então, um proscrito. Não tendo pago a multa, foi, por consequência, condenado ao exílio perpétuo. Se fosse, entretanto, capturado por soldados de Florença, seria sumariamente executado, queimado vivo.
O poeta participou em várias tentativas para repor os Guelfos Brancos no poder; em Florença, no entanto, devido a diversas traições, todas falharam. Dante, amargurado com o tratamento de que foi alvo por parte dos seus inimigos, afligia-se também com a inacção dos seus antigos aliados. Declarou solenemente, na altura, que pertencia a um partido com um único membro. Foi nesta altura que começou a fazer o esboço do que viria a ser a "Divina Comédia", poema constituído por 100 cantos, divididos em 3 livros ("Inferno", "Purgatório" e "Paraíso") com 33 cantos cada (exceptuando o primeiro livro que, dos seus 34 cantos, o primeiro é considerado apenas como Canto introdutório).
Foi para Verona, onde foi hóspede de Bartolomeo Della Scala; mudou-se para Sarzana (Ligúria), e, depois, supõe-se que terá vivido algum tempo em Lucca com Madame Gentucca, que o acolheu de forma calorosa (o que, mais tarde, será referido de forma agradecida no Purgatório XXIV,37). Algumas fontes afirmam que teria estado em Paris, entre 1308 e 1310. Outras fontes, menos credíveis, porém, dizem que teria ido até Oxford
Em 1310, Arrigo VII do Luxemburgo invadia Itália. Dante viu nele a hipótese de se vingar. Escreveu-lhe, bem como a vários príncipes italianos, cartas abertas onde incitava violentamente à destruição do poderio dos Guelfos Negros. Misturando religião e assuntos privados, invocou a ira divina sobre a sua cidade, sugerindo como alvo principal do desagrado de Deus os seus mais tenazes inimigos pessoais.
Em Florença, Baldo d'Aguglione perdoou a maior parte dos Guelfos Brancos que estavam no exílio, permitindo-lhes o seu regresso. Dante, no entanto, tinha ultrapassado largamente os limites toleráveis para o partido negro nas suas cartas a Arrigo VII, pelo que o seu regresso não foi permitido.

Em 1312, Arrigo assaltou Florença, derrotando os "Guelfos Negros". Não há, no entanto, qualquer evidência de uma possível participação de Dante no evento. Há quem diga que Dante se recusou a participar num ataque à sua cidade ao lado de um estrangeiro. Outros, porém, sugerem que o seu nome se tinha tornado incómodo para os próprios "Guelfos Brancos", pelo que qualquer traço da sua passagem foi prontamente apagado para a posteridade. Em 1313, com a morte de Arrigo, morreu também a esperança de Dante de rever a sua cidade. Voltou para Verona onde Cangrande I della Scala, o Senhor de Verona, lhe permite viver seguro, confortável e, presume-se, com alguma prosperidade. Cangrande é um dos personagens admitidos por Dante no seu Paraíso (XVII, 76).
Em 1315, Florença foi obrigada, por Uguccione della Faggiuola (oficial militar que controlava a cidade) a outorgar amnistia a todos os exilados. Dante constava na lista daqueles que deveriam receber o perdão. No entanto, era exigido que estes pagassem uma determinada multa e, acima de tudo, que aceitassem participar numa cerimónia de cariz religioso onde se retractariam como ofensores da ordem pública. Dante recusou-se a semelhante humilhação, preferindo o exílio.
Quando Uguccione derrota, finalmente, Florença, a sentença de morte que recaía sobre Dante foi comutada numa pena de prisão, sob a única condição de que teria de ir a Florença jurar solenemente que jamais entraria na cidade. Dante não foi. Como resultado, a pena de morte estendeu-se aos seus filhos.
Dante ainda esperou, mais tarde que fosse possível ser convidado por Florença a um regresso honrado. O exílio era como que uma segunda morte, privando-o de muito do que formava a sua identidade. No Canto XVII, 55-60, do Paraíso, Dante refere o quanto era dolorosa para si a vida de exilado, quando o seu trisavô, Cacciaguida, lhe "profetiza" aquilo que o espera:
Paraíso
(Canto XVII)
Italiano
Paraíso
(Canto XVII)
Português *
"… Tu lascerai ogne cosa diletta
più caramente; e questo è quello strale
che l'arco de lo essilio pria saetta.

Tu proverai sì come sa di sale
lo pane altrui, e come è duro calle
lo scendere e 'l salir per l'altrui scale …"
"… Deixarás tudo aquilo que te agrada
mais profundamente; é esta seta a tal
logo no arco do exílio disparada.

E provarás como é falto de sal
o pão d' outros, e como é dura estrada
descer e subir pelas escadas de outros …"

Quanto à esperança de um dia voltar a Florença, Dante descreve o seu sentimento melancólico, como se já estivesse resignado a essa impossibilidade, no Canto XXV, 1-9 do Paraíso:
Paraíso
(Canto XXV)
Italiano
Paraíso
(Canto XXV)
Português *
"Se mai continga che 'l poema sacro
al quale ha posto mano e cielo e terra,
sì che m'ha fatto per molti anni macro,

vinca la crudeltà che fuor mi serra
del bello ovile ov'io dormi' agnello,
nimico ai lupi che li danno guerra;

con altra voce omai, con altro vello
ritornerò poeta, e in sul fonte
del mio battesmo prenderò 'l cappello …"
"Se acontecer que o poema sagrado,
em que céu e terra puseram mão,
(magro me fez, de tanto ano passado)

Vencer a crueldade que em prisão
me exila do redil onde, cordeiro,
dormi, oposto aos lobos que o atacam;

Voz e pêlo distinto do primeiro
terei, chegando poeta, e me façam
a testa ornar com folha de loureiro …"

É claro que isto nunca aconteceu. Os seus restos mortais mantêm-se em Ravena, não em Florença.
Guido Novello da Polenta, príncipe de Ravena, convidou-o para aí morar, em1318. Dante aceitou a oferta. Foi em Ravenna que terminou o "Paraíso" e, pouco depois, falecia, talvez de malária, em 1321, com 56 anos, sendo sepultado na Igreja de San Pier Maggiore (mais tarde chamada Igreja de San Francesco). Bernardo Bembo, pretor de Veneza, decidiu honrar os restos mortais do poeta, erigindo-lhe um monumento funerário de acordo com a dignidade de Dante Alighieri.
Na sepultura, constam alguns versos de Bernardo Canaccio, amigo de Dante, onde se refere a Florença com os seguintes termos:
parvi Florentia mater amoris
"Florença, mãe de pequeno amor"
Posteriormente, Florença chegou a lamentar o exílio de Dante e fez repetidos pedidos para o retorno de seus restos mortais. Os responsáveis pela guarda de seu corpo em Ravenna se recusaram a cumprir, chegando ao ponto de esconder os ossos em uma parede falsa do mosteiro. No entanto, em 1829, um túmulo foi construído para ele em Florença, na basílica de Santa Cruz. Essecenotáfio está vazio desde então, com o corpo de Dante remanescendo em Ravenna, longe da terra que ele amava tão ternamente. Em frente do seu túmulo em Florença lê-se Onorate l'altissimo poeta - que pode ser traduzido como "Honra ao poeta mais exaltado". A frase é uma citação do quarto canto do Inferno, representando as boas-vindas de Virgílio quando ele volta entre os grandes poetas antigos passando a eternidade no limbo. A continuação da linha, L'ombra sua torna, ch'era dipartita ("seu espírito, que tinha nos deixado, volta"), é uma lamúria ao túmulo vazio.
Em 2007, a reconstrução do rosto de Dante foi concluída em um projeto colaborativo. Artistas da Universidade de Pisa e engenheiros da Universidade de Bolonha em Forli completaram o modelo revelador, que indicou que as características de Dante eram um pouco diferentes do que se pensava.
A Divina Comédia descreve uma viagem de Dante através do Inferno,Purgatório, e Paraíso, primeiramente guiado pelo poeta romano Virgílio(símbolo da razão humana), autor do poema épico Eneida, através do Inferno e do Purgatório e, depois, no Paraíso, pela mão da sua amada Beatriz - símbolo da graça divina - (com quem, presumem muitos autores, nunca tenha falado e, apenas visto, talvez, de uma a três vezes).
Em termos gerais, os leitores modernos preferem a descrição vívida e psicologicamente interessante para a sensibilidade contemporânea do "Inferno", onde as paixões se agitam de forma angustiada num ambiente quase cinematográfico. Os outros dois livros, o Purgatório e o Paraíso, já exigem outra abordagem por parte do leitor: contêm subtilezas ao nível filosófico e teológico, metáforas dificilmente compreensíveis para a nossa época, requerendo alguma pesquisa e paciência. O Purgatório é considerado, dos três livros, o mais lírico e humano. É interessante verificar que é, também, aquele onde aparecem mais poetas. O Paraíso, o mais pesadamente teológico de todos, está repleto de visões místicas, raiando o êxtase, onde Dante tenta descrever aquilo que, confessa, é incapaz de exprimir (como acontece, aliás, com muitos textos místicos que fazem a história da literatura religiosa). O poema apresenta-se, como se pode ver num dos excertos acima, como "poema sagrado" o que demonstra que Dante leva muito a sério o lado teológico e, quiçá, profético, da sua obra. As crenças populares cristãs adaptaram muito do conceito de Dante sobre o inferno, o purgatório e o paraíso, como por exemplo o fato de cada pecado merecer uma punição distinta no inferno. A Comédia é o maior símbolo literário e síntese do pensamento medieval, vivenciado pelo autor.
O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens.
Dante escreveu a "Comédia" no seu dialeto local. Ao criar um poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos, Dante demonstrava que a língua toscana (muito aproximada do que hoje é conhecido como língua italiana, ou língua vulgar, em oposição aolatim, que se considerava como a língua apropriada para discursos mais sérios) era adequada para o mais elevado tipo de expressão, ao mesmo tempo que estabelecia o Toscano como dialecto padrão para o italiano.

Outras obras importantes do autor são:
·         De Vulgari Eloquentia ("Sobre a Língua vulgar", escrita, curiosamente, em latim);
·         Vita Nova ("Vida Nova"), onde insere sonetos, comentados, onde narra a história do seu amor por Beatriz. A língua utilizada é a toscana, tanto para os poemas (o que não é grande novidade, já que muitas obras líricas tinham sido escritas em língua vulgar) como para os comentários que, pelo seu carácter mais teórico, já inovam ao prescindir do latim.
·         Le Rime - "As rimas", também chamadas de "Canzoniere", onde aparecem vários textos de cariz lírico (sonetos, canções, baladas, sextinas…), onde, novamente, canta o amor idealizado (amor platónico), Beatriz, bem como a Ciência, a Filosofia, a Moral (num sentido alargado do termo);
·         Il Convivio - "O Convívio", de carácter filosófico, é apresentado pelo poeta como um banquete com 14 pratos (simbolizando as canções), acompanhados do pão (os comentários). Faz parte das obras que pretendem dignificar a língua vulgar, tanto mais que Dante chega aqui a citar autores tão importantes como Aristóteles ou São Tomás de Aquino;
·         De Monarchia - "Monarquia", onde expõe as suas ideias políticas. O livro, escrito em latim possivelmente entre 1310 e 1314, defende a supremacia do poder temporal sobre o poder papal, lembrando que até Jesus Cristo ressaltou que não desejava o poder temporal. Ao final, recomenda que ambos respeitem-se um ao outro, obedecendo àquele "que é o único governador de todas as coisas, espirituais e temporais"
·         Outras obras, consideradas menores, como "As Epístolas", "Éclogas" e "Quaestio de aqua et terra".
Nota: Quando nos referimos a excertos da Divina Comédia, indicamos primeiro o livro (por exemplo, "Inferno"), depois o Canto, emnumeração romana; e, finalmente, em algarismos indo-arábicos, os versos (que aparecem numerados na maior parte das edições da obra).
Em 2007, cientistas italianos da Universidade de Bologna recriaram a face de Dante. Crê-se que o modelo seja o mais próximo possível de sua verdadeira aparência. Seu retrato, feito por Botticelli, foi usado como base junto ao crânio.
Dante, como expoente da literatura universal foi utilizado como referência cultural e didáctica indispensável pela autora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andressen, que o utilizou como personagem no livro infanto-juvenil "O Cavaleiro da Dinamarca", onde é apresentado às jovens gerações como alguém que terá tido contacto com realidades transcendentes ou que, não as tendo tido, deixou, ainda assim, uma obra por si mesma transcendente.
Em julho de 2008, o Comitê Cultural de Florença revogou o exílio e concedeu a seus herdeiros, como forma de compensação a mais alta honraria da cidade, Il Fiorino D'Oro. A proposta, aprovada na câmara de vereadores da cidade,foi apresentada pelo vereador Enrico Bosi, do Partido Povo da Liberdade, tendo sido aprovada por apenas um voto acima do quórum mínimo, uma vez que recebeu oposição de muitos vereadores da esquerda, que a consideraram apenas uma forma de beneficiar o único herdeiro vivo de Dante, Peralvise Serego Alighieri, um produtor de vinho da região de Valpolicella.

Beatriz Portinari, em italiano Beatrice (Bice) Portinari, (1266  8 de junho de 1290) foi, segundo alguns críticos literários, a figura histórica que inspirou o personagem Beatriz, deDante.
Beatriz era uma rapariga muito bela, que era musa de Dante Alighieri. Foi uma inspiração para Dante no seu grande poema "A Divina Comédia".
Embora não unânime, a tradição que identifica a filha do banqueiro Folco Portinari com a Beatriz amada por Dante é muito enraizada. O próprio Giovanni Boccaccio, no comentário à Divina Comédia, faz explicitamente referência à jovem.
A documentação sobre sua vida sempre foi muito escassa, a ponto de se duvidar da sua real existência. Até pouco tempo atrás, a única prova era o testamento de Folco Portinari, datado de 1287. Ali se lê: ...item d. Bici filie sue et uxoris d. Simonis del Bardis reliquite [...]. Trata-se de uma soma em dinheiro, deixada à filha Bice, esposa de Simone de' Bardi. Folco Portinari fora um banqueiro muito rico e conhecido na sua cidade, Portico di Romagna.
Transferindo-se para Florença, vivia em uma casa vizinha à de Dante e tinha seis filhas. Fundou aquele que é até hoje o principal hospital do centro de Florença, o Ospedale di Santa Maria Nuova.
A data de nascimento de Beatrice foi obtida por analogia com a data presumida do nascimento de Dante (1265), já que ela era da mesma idade ou um ano mais nova que o poeta. A data de sua morte foi obtida na Vita Nuova, obra do próprio Dante, e talvez não passe de uma data simbólica. Muitas outras informações biográficas provêm unicamente da Vita Nuova, tais como o único encontro com Dante, a saudação, o fato de os dois nunca terem trocado palavras, etc.
Muito jovem, Dante conheceu Beatriz, e, crendo no próprio Dante, fixou-a na memória quando a viu pela primeira vez, aos nove anos (teria Beatriz, nessa altura, 8 anos). Não há, entretanto, elementos biográficos que comprovem o quer que seja.