“É difícil sustentar um segredo, ainda mais se ele pode ameaçar a sua existência. Correndo da morte e fazendo um pacto com um demônio para salvar a única coisa que me resta nesta subsistência em que me encontro”.
Todos os indivíduos, na infância e adolescência, têm os seus sonhos e planos.
Querem realizar-se como ser humano. Esse desejo é a sua vocação, o motor que os impulsiona a viver. O tempo vai passando, as pessoas crescem e muitos desejos têm de se atualizar. É o que acontece com o sonho de tantas crianças de serem aeromoças, professoras ou policiais. Podem manter seus desejos, mas também podem, perfeitamente, tornar-se arquitetas cientistas ou advogadas. Isso é positivo. À medida que cresce, a criança percebe que existem outras profissões, descobre novos talentos e percebe então que pode mudar o que havia inicialmente planejado. Por outro lado, muitas pessoas, quando chegam ao final da adolescência, procuram realizar seus objetivos e encontram dificuldades. Não conseguem superá-las, vão se acomodando e vive uma vida abaixo de suas possibilidades em trabalhos que não motivam profissões para as quais não têm vocação, relacionamentos vazios, solidão a dois, angústias, depressões ou um tédio interminável.
Chega um momento que se perguntam:
Viver é só isso?
Amar é só isso mesmo?
Sentem como se tivessem sido enganados pela promessa de vida que não se realizou.
O mundo todo cor de rosa, como sugere o final de contos de fada ou dos filmes de Hollywood, realmente não é o comum na vida das pessoas. Mas o fracasso existencial também não precisa ser o destino inevitável do ser humano. Entre o sonho cor de rosa e o destino inevitável, existe uma saída. Conseguirá alcançá-la quem souber definir seus objetivos e acreditar na capacidade de atingi-los. Isso significa ter a consciência de que os objetivos realmente importantes de sua vida exigem de si o desenvolvimento dessa capacidade. Fala-se muito em adaptar-se à realidade. Geralmente o significado dessa frase é adaptar-se a uma vida pobre.
Pobre de amor.
Pobre de sucesso.
Pobre de amigos.
É importante que, em vez de adaptarem-se à realidade, as pessoas passem a viver aquela que desejam viver. Criar o mundo como acreditam que ele deva ser, porque esse é o maior poder do ser humano: o de determinar como será sua vida.
Ao começar a escrever este diário, tive certo receio de torná-lo demasiadamente palavroso. Agora, porém alegro-me por haver optado pelo estilo de fornecer detalhes, desde início, pois existe algo de tal estranho neste lugar e em tudo que nele se encontra, a ponto de não mais me sentir um só minuto à-vontade.
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