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Friday, April 19, 2013

Luxúria De Eve Berlim.



Nosso livro hoje é Luxúria de Eve Berlim 
Por favor esteja ciente de que o vocabulário é extremamente agressivo. Proibições por 18 anos, ah fala serio! Sexo é bom e todo mundo gosta...

Oi, boa noite meus amores aqui teremos mais um livro. Parece que entramos na semana dos livros para mulheres, livros eróticos.  Bem nosso próximo livro, o que vocês podem me enviar e-mail pedindo eles, sem custo algum, ou com a forte de prestigiar nossos autores, porque é deles o maior prestígio por criar fabulosos, escritos onde nós deliciamos lendo e imaginando, muitas e muitos de vocês já se viram em um desses personagens Concerteza, isso é prova de que o mundo é cheio de fantasias, mas que nenhuma é cem por cento igual, a todo mundo. Esse livro eu achei ele um pouco repetitivo- creio que de tanta falta de conteúdo, em si- porém é um livro e como tal merece reconhecimento com comentários e trechos onde neste podemos ver uma escritora que tem uma brilhante ideia de falar sobre submissão. Porém ela nada sabe sobre, e procura meios e dentre esses ela se relaciona com o mestre na dominação sexual. O nosso bem aventurado Alec Walker. E nossa aventura começa aqui quando Dylan Ivory vai entrevista-lo para a sua próxima obra.
“– E você escreve ficção de horror, Jennifer me contou. Ela mencionou o fato de que, por ser um autor... dominante..., talvez seja útil para mim nas pesquisas que faço para meu livro.
Ele balançou a cabeça.
– Sim, acho que sim. Você parece se sentir desconfortável com o termo “dominante”.
– É mesmo. Talvez seja verdade. Embora seja uma autora dedicada ao gênero erótico, este não é o tipo de conversa que eu costumo ter.
– Tudo bem”

 (...) Então se prossegue.

– Na verdade, escrevo thrillers psicológicos –, Alec continuou. – Será que já leu algum deles?
– Não. Sinto muito.
– Talvez devesse.
Dylan estava ficando irritada. A linha entre a autoconfiança e a arrogância estava se desfazendo.
– Quem sabe você deva ler algo de minha obra.
– Já fiz isso. Assim que Jennifer me falou a seu respeito, li seu último livro.
– E? – ela o desafiou.
– Acho que você é uma ótima escritora. Inteligente. Instigante. Desenvolve muito bem os personagens.
O aspecto romântico não tira o brilho da história, como acontece com muitos outros autores. E você sabe
como abordar o tema sexo de uma forma bem realista. Com uma crueza admirável.
 – Oh! – Não era o que ela esperava que ele dissesse. Ficou momentaneamente perturbada. De novo. – Obrigada.
– Então, fale-me sobre este último projeto. Por que razão você precisava falar comigo?
(...)
“-Estou escrevendo sobre um casal que explora o sadomasoquismo. A mudança de poder, alguma submissão... temas sobre os quais já escrevi antes. Mas dessa vez gostaria de me aprofundar mais. Possivelmente explorar o papel da dor. E quero que tenha alguma autenticidade. Não vou fazer isso de qualquer jeito. Sabia que teria de começar por uma boa pesquisa, conversando com pessoas que vivenciaram essas coisas. Recentemente, encontrei Jennifer em uma comunidade virtual de sadomasoquismo que existe aqui, enviei-lhe um e-mail e perguntei se poderíamos conversar. Entreviste-ia e ela foi muito gentil e aberta comigo. Mas, como submissa, não achou que estava qualificada para me oferecer o quadro completo. É por isso que me indicou você.
Ele assentiu, com um movimento de cabeça.
– É difícil ter uma boa ideia de como é o ambiente de sadomasoquismo e de qual é sua dinâmica e psicologia falando só com uma pessoa. As experiências individuais são distintas e particulares. Se ela é puramente submissa, não pode saber muito bem como funciona uma mente dominante e detalhes de nosso processo.
– Sim, foi essa a ideia que ela me passou. E faz sentido.
– Você nunca escreveu sobre submissão e sadomasoquismo?
– Não. Apenas sobre fetiches menores, um pouco de escravidão na cama, entre as quatro paredes de um quarto, mas nada realmente sério.
– Você acha que o tema submissão e sadomasoquismo é sério?
– Não é?
Ele não respondeu.
– Você nunca experimentou essas coisas?
– Eu... não.
– Ah... Você gostaria de manter essa discussão no terreno profissional. Estritamente com propósitos de pesquisa.
– Sim. Com certeza.”
(...)
“– Vou lhe dizer uma coisa, Dylan, e é a pura verdade. Não há como retratar um estilo de vida de forma acurada se você não entrar nele. Tem de experimentá-lo, mergulhar nele. Há muitos componentes – físicos, psicológicos, emocionais –, e todos sobrepostos. É complexo. Por isso é que nós que praticamos gostamos dessas coisas. A complexidade. A intensidade.”
(...)
Ele acariciou as costas da mão dela, deslizando os dedos pela superfície. A pele dele era quente. A dela ficou mais ainda.
– Tem a ver com sensação. E com o que se passa em sua cabeça. Pode ser sensual ou sexual. Ou ambos. Você não pode começar a descrever as dinâmicas envolvidas sem ter estado lá.
Dylan ficou com a garganta seca. A ideia não era chocante para ela. Não tanto quanto o toque dele. Pegou a xícara, bebeu um gole de chá, limpou a garganta.
– Imagino que você esteja certo. E esse é um tema interessante. Mas eu não sei. . .
– Pare de fingir que isso não passa de um tema interessante, Dylan. – Ele deslizou a ponta dos dedos no interior de seu pulso, sob a manga do suéter de cashimira. – Eu posso sentir seu pulso acelerado.
– Alec…
– Vamos lá, Dylan. Você não precisa repreender essa vontade para mim. Faz parte do contexto da escravidão sexual e do sadomasoquismo. Aquela honestidade fundamental que nos caracteriza.
– Eu ia dizer que você... está certo.
Será mesmo que ela havia admitido? Mas talvez ele tivesse razão a respeito de tudo aquilo – o fato de ela ter de ser honesta com ele para aprender alguma coisa. Teria de mergulhar profundamente, como ele disse. Não tinha nada a ver com aquela atração ridícula que estava sentindo por ele, não é mesmo? Dylan puxou a mão, repousando-a em segurança sobre seu colo.
 – Você e Jennifer devem conhecer alguns homens submissos. Existem alguns em quem confiem e que possam me indicar? E eles aceitariam se relacionar com uma mulher que não tem nenhuma experiência como dominante?
Alec riu, recostando-se na cadeira.
– Você está se referindo a ficar por cima, dominando esses homens?
– Sim.
– Ah, Dylan. Não percebe que você é o contrário, a base?
– O quê?
– Notei no exato momento em que a conheci. Podia sentir lá fora, no estacionamento, mesmo antes de conversarmos.
– Não entendi.
Por que suas maçãs do rosto estavam esquentando? Por que ela estava tão confusa? Odiava que aquele homem surtisse tal efeito sobre ela.
– Acho que você entende o suficiente sobre esse tema para saber exatamente do que estou falando.
Ela suspirou.
– Claro que tenho uma vaga ideia do que seja a base. Uma pessoa submissa. Mas isso não tem nada a ver comigo. O que realmente faz sentido, para mim, é estar por cima, dominar. Não tenho receio de admitir que sou uma pessoa controladora.
– E é exatamente por isso que precisa mudar de perspectiva. Tem de se abrir. Renunciar a essa
necessidade de controle em favor de outra pessoa capaz de assumir esse papel.
Ela estava ficando brava, mas tentava manter a linha.
– Você é muito arrogante.
– Sim, sou mesmo. Mas tenho razão. Sempre acerto em relação a esse assunto. Você tem problemas de autocontrole; posso notar pela maneira como se controla. Vejo a raiva em seus olhos. Na forma como aperta as mandíbulas. E, uma vez ou outra, provavelmente poderia administrar com sucesso ficar por cima de um homem. Ou de uma mulher. Mas isso não a faria chegar a seu anseio mais profundo, que é o da servidão. Não lhe daria o que você realmente precisa.
Ela balançou a cabeça, cerrando os dentes.
Alec novamente se inclinou por cima da mesa, segurando a mão dela. A mão dele era grande e
envolvia a dela com calor e força.
– Dylan, deixe-me fazer uma proposta a você. Submeta-se a mim.
Ela tentou desvencilhar a mão, mas ele a segurou firme.
Seu olhar estava mergulhado no dela, incrivelmente convincente, de um azul cintilante.
– Tente –, ele continuou. – Sinta sua reação. Se lhe parecer que estou certo, você terá aprendido algo a seu respeito e conseguirá uma pesquisa bastante pessoal e exclusiva para seu livro. E, se eu estiver errado, bem... mesmo assim terá feito alguma investigação.
– Posso fazer essa pesquisa como alguém que domina.
– Não, não pode. É extremamente difícil para alguém submisso ensinar a um dominante inexperiente.
Uma vez que as endorfinas começam a bombear pelo corpo de um submisso, ele entra no subespaço, aquele na mente, em que tudo é silêncio e só o que se pode sentir é a interação entre o superior e o inferior; as sensações e os cheiros não serão suficientes para funcionar como professores, no seu caso.
- Talvez não aprenda tanto. Mas pode aprender de mim. Sou muito competente. – Fez um gesto com a mão livre. – Sei que estou sendo arrogante de novo. Desconsidere. O que importa é que essa é a verdade.
– Talvez.
Quem sabe fosse verdade mesmo e essa fosse a melhor maneira de aprender? O fato de sentir que tudo estava esquentando a seu redor poderia não ter nada a ver com a proximidade de Alec, que ainda segurava sua mão. Aquilo fazia com que ficasse molhada, por Deus do céu! Mas não passava de pura química. Não significava nada nem conferia credibilidade à argumentação dele. Estava certa de que poderia provar quanto ele se enganara.
Mordeu o lábio.
Ele estava totalmente enganado a seu respeito.
– Por quanto tempo deveríamos tentar? –, ela perguntou.
Ele deu de ombros.
– Pelo tempo necessário. Até que você descubra o que precisa saber. Para seu livro. Para si mesma.
– Será que poderíamos tentar algo como tocar as orelhas um do outro? Só para ver como as coisas se desenrolam?
– Ah... eu sei o que vai acontecer.
– Mesmo? E o que é?
Ela estava irritada, de novo. E ele ainda segurava sua mão. Com o polegar, acariciava os nós de seus dedos, enviando uma fagulha de desejo diretamente a seu íntimo. Mas ela não lhe daria a satisfação de tentar se esquivar outra vez.
– Primeiro, você vai lutar. Terei de trabalhar muito. Conquistar sua confiança. – A voz dele era baixa, um grave murmúrio. Ela era obrigada a se inclinar para frente na tentativa de ouvi-lo. – Mas pouco a pouco vai se voltar para mim. Ficará em minhas mãos. Serei duro com você. E gentil.
Ele ergueu a mão dela, roçando os lábios por toda a sua extensão, ampliando o calor que a escaldava, chocando-a. Ela não conseguia articular as palavras. Sua mente estava em ligeiro caos.
Alec liberou sua mão sobre o tampo frio da mesa, olhando-a fixamente.
– É assim que vai ser, Dylan.
Ela odiava o fato de estar meio tonta, confusa. Não conseguia entender o que se passava. E não queria se entregar àquilo. Ou a Alec Walker.
Pegou sua xícara de chá, tomou um gole. Respirando fundo, fez um esforço para se acalmar e colocou a xícara na mesa com a mão firme.
– Pense o que quiser, Alec. Mas obviamente você não me conhece, ainda.
Ele pegou seu chá, sorveu um longo gole e fez uma pausa. Continuou olhando para ela, de maneira penetrante.
– Não tão bem como certamente conhecerei. Quer dizer, se você concordar com minha proposta.
– Estou concordando.
– Você gosta de um desafio.
– Sim.
– Eu também”

Ela tem muitos altos e baixos e um trauma em si vai fazer muita coisa mudar nessa relação. Essa história é linda sim, eu gostei do termo sendo abordado com tanto livre-arbítrio, nas palavras como se fosse uma coisa comum, o sadomasoquismo e o sadismo. Foram muito impressionantes as experiências deles. E no fim acabou prevalecendo acima disso à relação do sentimento eles se apaixonam um pelo outro e enfrentando seus problemas juntos. O amor vence, e une ainda mais as brincadeiras apimentadas. Então meus queridos não têm como comentar, porque as próprias palavras da autora relatam a situação, veja o que se segue e espero que vocês possam ler esse livro.

“– Então, vai àquele passeio no sábado? –, Dante perguntou.
– O quê? Sim... sábado. – Alec deslizou os dedos pela borda de seu copo vazio. Talvez precisasse de
outro drinque.
– O que é que há com você, Alec?
– O que quer dizer com isso?
– Parece distraído.
– Sim, estou mesmo distraído –, ele murmurou mais para si próprio do que para Dante.
– E então?
– Então... eu conheci uma mulher...
Dante riu.
– É sempre uma mulher. Ou uma motocicleta.
– Estou farto de motocicletas no momento.
– Mas não de mulheres?
– Não que isso sempre seja um problema, mas essa mulher...
– Alec, você não está concluindo as frases. Caso não tenha percebido.
– Merda.
– Tão mal assim? Ou tão bem?
– Não sei. Digo... sim… é bom. – Ele se levantou e foi se servir de outra dose, sabendo que Dante esperaria, pacientemente, até que ele completasse seus pensamentos.
– Essa mulher é Dylan Ivory. Eu lhe disse que iria conhecê-la esta tarde. Ela não era o que eu
esperava. Não há fotografias dela em seu site na web, e acho que pensei... bem, jamais imaginei que fosse tão maravilhosa, realmente linda.
– E?
– Fiz um trato com ela.
– Um trato?
– Ela nunca explorou escravidão sexual e sadomasoquismo; certamente, não em nosso nível. Nem foi submissa. Mas posso ver isso nela. Posso sentir o cheiro. E nunca me engano a esse respeito.
– E qual é o trato?
– Ela pensa que é dominante.
– Tenho certeza de que, em breve, você vai mostrar a ela como está errada. – Alec podia ouvir o tom gozador na voz de Dante.
– Se não conseguir, concordei em me submeter a ela.
Dante deu uma risadinha.
– Não é provável que isso aconteça.
– Não. Não é.
– Então qual é o problema?
Alec se viu suspirando e parou.
– Não tenho certeza ainda. Talvez eu saiba melhor quando puser minhas mãos nela, para que possa entendê-la. – Fez uma pausa, tomou outro gole. – É... não sei... droga! Qual é o problema? Ela simplesmente... me impressionou muito.
– Então o grande Alec está caído... –, Dante falou com suavidade.
– Eu nunca disse que estava caído, Dante. – Ele apertou o copo, as finas bordas do vidro lapidado encostando na palma de sua mão.
– Não, você não está caído.
– Estou bem. Muito bem.
– Está bem. – Ele podia pressentir que Dante estava encolhendo os ombros. – Então estamos
combinados para sábado?
– Sim.
– Você vai levá-la ao clube sábado à noite?
– Jesus Cristo, Dante! – Coçou o cavanhaque. Suspirou. – Pensei em esperar uma ou duas semanas.
Como é que ele pode pensar em esperar tanto tempo para vê-la de novo?
Ah, sim... de fato, estava bem encrencado.
– Alec, não que eu pretenda lhe dizer o que deve fazer, especialmente com uma mulher que esteja se introduzindo nesse estilo de vida, mas me parece que deveria vê-la bem antes disso.
– Por quê?
– Porque acho que você ficará doente se não fizer isso.
– Imagine, Dante! Não é assim tão grave.
– Não mesmo?”
E com ela acontece o mesmo mas suas conversar vamos reabater a uma conversa e logo veremos pela primeira vez deles.

“– Alô.
– Alô, Dylan.
Deus do céu, a voz dele era como uma corrente elétrica correndo em suas veias, pulsando entre suas coxas.
– Olá, Alec.
– Como você está esta noite?
– Bem, muito bem.
Será que ele ligou para uma conversa fiada? Ela achava que não poderia aguentar isso. Colocando uma almofada bordada no colo, enrolou as bordas nos dedos.
– Não quer saber como estou? –, ele perguntou com uma voz bem-humorada.
– Sim, claro. Desculpe. Eu estava… muito concentrada em uma pesquisa quando você ligou. Minha mente estava divagando.
– Terei de me esforçar muito para chamar sua total atenção.
– Não pense...
– Fique tranquila. Sei muito bem como lidar com isso.
Ela fez uma pausa, gaguejando, mas ele prosseguiu.
– Essa é a razão pela qual estou ligando. Temos de começar a nos preparar para nossa primeira vez juntos.
– Ah...”

“– Você está linda, como sempre –, falou sorrindo.
Ela tentou retribuir o sorriso, mas não conseguiu.
Ele a puxou para perto enquanto a conduzia até a imensa porta do clube, pintada de vermelho. Parecia confortável no território. Alec era protetor, e ela gostou.
– Tudo bem. Não fique nervosa, Dylan. Vou cuidar de tudo.
– Essa é a parte que me deixa nervosa.
Ele deu uma breve e malvada risada, algo que não a confortou de jeito nenhum. Um porteiro franqueou a entrada deles, que seguiram por um corredor escuro. Alec fez uma breve parada, suficiente para se livrar de seu casaco e do guarda-chuva, entregando-os à chapeleira, que estava atrás de um estreito balcão. Dylan nem pensou em usar um sobretudo, apesar do tempo. Limitou-se ao que ele pedira. Estranho pensar naquilo àquele momento. Ela afastou para o fundo da mente a ideia e tudo o que pudesse significar. Quando seus olhos se ajustaram à luz fraca, notou que as mangas da camisa dele estavam arregaçadas, revelando os dragões chineses tatuados na parte interna dos antebraços: preto e vermelho no direito;
preto e dourado no esquerdo. O trabalho era sofisticado, detalhado, as longas caudas se enroscando em seus braços, as cabeças com línguas vermelhas de serpente na parte de dentro dos pulsos. Ela queria olhar mais de perto. Desejava tocá-las. Mas estar naquele lugar era inusitado, muito perturbador. Ela podia ouvir a pulsação difusa da música de fundo, vinda de algum lugar. Sentia isso reverberar em sua barriga.
– Está pronta, Dylan? –, Alec perguntou.
Ela assentiu.
– Sim, estou.
Não tinha absoluta certeza de que era verdade. Mas Alec estava com a mão em suas costas, guiando-a até passarem por outra porta. O espaço era grande. Paredes pintadas de uma cor escura, com luzes de várias cores profundas: âmbar, púrpura, vermelho. Os cantos eram cheios de sombra e havia gente ali, mas ela não conseguia ver direito o que as pessoas faziam. Tudo que podia perceber eram pares e grupos reduzidos. Olhando com mais atenção, distinguiu calças de couro e coletes pretos, cintos de segurança, espartilhos vermelhos, pretos,
brancos. Coleiras ao redor do pescoço de homens e mulheres – algumas feitas de couro, outras de metal brilhante. A carne nua. Em todo lugar, contra as paredes, havia equipamentos. Ela reconheceu os bancos de couro próprios para espancamento, feitos para que a pessoa a levar as pancadas pudesse se inclinar, apoiando os joelhos sobre trilhos acolchoados. Adiante, um par de grandes peças de madeira usadas para atar gente com cordas, um X de sete metros de altura, que ela sabia ter o nome de Cruz de Santo André. E, embora observasse a cena que estava diante de seus olhos, ela permanecia muito consciente da proximidade de Alec, o calor de seu corpo imenso, tão maior que ela, que estava usando seus saltos mais altos. O perfume dele, aquela divina mistura de floresta e mar. Alec e os cheiros de couro, um aroma difuso de
perfume e sensualidade no ambiente. Ela estava tremendo. De ansiosa antecipação. Com desejo. E algo mais…
– Você está bem, Dylan? –, ele quis saber.
– Sim. Estou bem.
Ele parou, colocou a mão sob seu queixo, forçando-a a encará-lo.
– Está?
Ela engoliu seco.
– Sim, estou. Garanto. É que tudo isso é apenas... novo para mim. Estou tentando absorver tudo. É diferente de qualquer outro lugar onde já estive.
– Sim, é. – Sorriu para ela, soltando sua mão.
– Para onde estamos indo?
– Shhhh... Apenas venha comigo.
Ela assentiu, calou a boca, não obstante todas as perguntas que giravam em sua mente, e o seguiu. Não podia acreditar que estava fazendo isso. Deixar que outra pessoa assumisse tudo, tomasse as decisões. Exceto aquele homem, ela lembrou para si mesma. E, entretanto, ainda estava de acordo. Chegaram ao lado oposto do salão e pararam diante de um sofá forrado de couro vermelho.
– Sente-se, Dylan –, Alec disse em voz baixa, mas cheia de autoridade.
Ela obedeceu, tentando não questionar. Era por isto que estava ali: para abrir mão pela primeira vez. Para explorar aquilo. Alec sentou perto dela, estendendo o braço ao longo das costas do sofá. Podia senti-lo roçar em seus cabelos. Ele cheirava tão bem naquela noite, só aquele perfume fazia seu corpo arder, deixando-a zonza.
– Vamos apenas olhar por um tempo –, ele disse, o rosto bem próximo ao dela. – Quero que você relaxe para absorver tudo, como comentou. E, enquanto olha, controle sua respiração, mantendo-a baixa e contínua. Entendeu, Dylan?
Ela balançou a cabeça, fitando o ambiente, as pessoas se contorcendo. Conseguia enxergar melhor agora que seus olhos haviam se ajustado.
– Dylan, olhe para mim.
O tom de absoluto comando na voz dele a surpreendeu, e ela virou a cabeça. Seu pulso disparou como uma baixa vibração em suas veias. Ela queria discutir, mas a expressão dele indicou que não deveria. Ela nunca havia sido intimidada daquele jeito por ninguém ao longo de sua vida. Mas não era disso que se tratava. Algo estava acontecendo com ela, de maneira que as engrenagens de sua mente estavam mudando. Não conseguia entender.
– Sei que é difícil para você –, ele disse. – Mas tem de fazer um esforço para se entregar a mim.
– Sim –, ela sussurrou, a garganta apertada. Não conseguia respirar o suficiente para falar
normalmente.
– Vamos ter regras aqui. Uma vez que começarmos, você não falará, a menos que eu lhe faça uma pergunta ou que você precise dizer algo completamente inadiável. E quero dizer com isso que deve ser algo urgente: apenas se seu bem-estar físico ou mental estiver sendo comprometido. Se sentir que está em perigo, de fato. Estar um pouco assustada não é razão suficiente. Eu até espero que você sinta um pouco de medo. Francamente, se isso não acontecer, de alguma forma eu não estarei fazendo direito meu trabalho.
Dylan olhou para ele, sua mente se esvaziando com uma velocidade alarmante. Ela não gostava dessa sensação difusa em seus braços e pernas. Uma sensação de fraqueza.
– Você me ouve, Dylan?
– Sim, escuto.
– Mas?
– Mas… não sei se posso fazer isso.
– Você pode. Sinto que pode, Dylan. Notei desde o momento em que nos conhecemos. E não estou sendo arrogante. Levei muitos anos para aprender a ver essas coisas.
– Eu sei. Não é de suas habilidades que estou duvidando.
Ele pôs a mão em sua coxa e ela sentiu aquela faísca elétrica, como um formigamento, espalhando-se no interior de seus ossos.
– Por que você duvida de si mesma? –, ele perguntou.
Seu olhar era penetrante. Sólido. Os olhos azuis mais escuros ainda, profundos, as pupilas dilatadas sob a luz baça.
– Sempre me considerei sexualmente sofisticada. Com muita experiência. Não que esteja me gabando, mas... pensei que pudesse encarar isso. Que seria fácil. No entanto, agora que estou aqui... Deus do céu, mal posso admitir para você... para mim mesma. Eu me sinto como se fosse uma idiota. E não gosto disso.
Agora ela estava mesmo tremendo.
– Não há razão para achar que não deve admitir seu medo ou insegurança.
– Mas é o que sinto. Mesmo que essa seja uma reação normal para outras pessoas que vêm aqui. – Ao falar, seu coração disparou, e ela teve vontade de fugir. Precisava escapar. – Realmente, tenho de ir embora, Alec. Não posso fazer isso.
Ela se levantou, mas com os joelhos tão frágeis que mal podia parar em pé.
Alec se ergueu, amparando-a. Seu braço a enlaçou, e ele aproximou seu rosto do dela. Dylan tentou se afastar, mas ele a segurava firme.
– Dylan, acalme-se. Você pode fazer isso. Você está bem.
– Não, não estou.
Sentiu que iria chorar. Mas não deveria. Não ia cair no choro.
– Está, sim. Está comigo. Vou cuidar de tudo.
Quando é que outro homem tinha dito uma coisa dessas para ela? E será que ela teria aceitado se tivesse acontecido? Mas ela confiava em Alec, embora mal o conhecesse. A despeito de si mesma. De sua necessidade de estar no controle. Não conseguia entender.
Talvez não precisasse.
– Vamos lá, Dylan. Você está bem –, ele disse, a voz limitada a um murmúrio baixinho.
Ela deixou que ele a ajudasse a voltar para o sofá. Dessa vez, ele manteve o braço em volta de sua cintura, segurando-a junto de si. E, depois de alguns momentos, seu cheiro e a sensação de estar com ele começaram a funcionar. Seus sentidos se moldaram a ele, e o resto – seus medos, sua necessidade de estar no comando de tudo – foi desaparecendo, enquanto o desejo passava a falar mais alto.
– Observe o que os outros estão fazendo –, ele disse em seu ouvido, a respiração como um sussuro quente na pele. – Veja como são lindos, todos eles. Aqui, a aparência não conta. O que importa são os presentes de confiança e energia que trocam. Essa é a parte bonita. É disso que se trata, Dylan.
Ela olhou diretamente para o lado oposto do salão, onde uma mulher nua estava inclinada sobre um dos bancos de espancamento. Seus cabelos louros pendiam ao redor da face, e o homem que estava em pé perto dela afastou uma mecha suavemente de seu rosto, abaixando-se para beijá-la, antes de se afastar e passar as mãos sobre a curva de sua bunda. Havia ternura na maneira como ele a tocava, mesmo quando começou a bater.
O desejo se agitou entre as coxas de Dylan.
Era isso que ela queria?
Voltou-se, olhando para Alec. Os olhos dele cintilavam. Havia fome ali. Mas também absoluto
controle.
Sim, ela podia confiar nele.
Ainda não tinha certeza de que pudesse confiar em si mesma. Mas ia, sim, fazer aquilo.
– Tudo bem. Tudo bem, podemos… começar de uma vez?
O rosto de Alec estava perfeitamente sério.
– Você sempre pode decidir parar, Dylan. Aí está a beleza, a extrema segurança. Depende de você.
Ela balançou a cabeça, concordando.
Ele sorriu.
– Então vamos começar.
Alec pegou a mão dela e sentiu que estava tremendo. Ele, de fato, não queria que ela tivesse medo.
Mas um pouco de receio, alguma antecipação nervosa era um desafio de que ele sempre gostara. E ela era incrivelmente linda, com aquela massa selvagem de cabelos ao redor do rosto pálido, os olhos imensos, brilhantes. Ele a levou a um canto mais escuro do salão, para uma grande cadeira de couro vermelho de amplo assento e sem braços. Colocou ali perto sua maleta negra, cheia de instrumentos de escravidão e sadomasoquismo – palmatórias, chicotes, varas, abraçadeiras.
– O que é isso? –, Dylan perguntou, olhando para a cadeira.
– Quer alguma coisa mais contundente para sua primeira experiência? –, ele lhe perguntou, brincando um pouco com ela. Já sabia a resposta.
– Não sei.
A expressão dele continuava totalmente séria. Podia perceber os músculos funcionando na mandíbula da jovem. Ela estava tentando arduamente intelectualizar sua incursão naquilo. Teria de aprender que tal atitude não funcionava naquele ambiente. Ele iria conduzi-la para além das reviravoltas de sua mente.
Precisava desarmá-la.
– Não se preocupe. Eu sei. Agora, tire suas roupas.
– O quê?
Ela deu um passo atrás, afastando-se, o que o fez sorrir. Não podia evitar.
– Vamos lá, Dylan. Na certa, não pensou em entrar nesse jogo totalmente vestida, pensou?
Ele fitou-a nos olhos, de novo.
– Venha aqui, Dylan.
Ela deu um passo à frente, hesitante, e parou. Ele a enlaçou pela cintura, com uma das mãos, e a puxou para si. Dylan, sobressaltada, deixou escapar um suspiro.
– Dylan, se vamos atuar juntos, você precisa aprender a seguir instruções. Se resistir, não vai
acontecer.
A respiração dela estava rápida e irregular.
– Eu sei, mas não posso evitar.
– Você vai superar esse pânico inicial. Apenas faça como digo e confie em mim.
Ela assentiu com a cabeça.
– Diga isso.
– Eu... vou fazer o que está dizendo. Confio em você, Alec.
Ainda havia uma ponta de resistência na voz dela. Mas tudo bem. Ele faria com que passasse logo. Enquanto isso, ele ficava meio louco com o calor do corpo dela, isso o distraía.
Foco.
Ele a segurou mais forte, sentou na cadeira e a colocou no colo, a mão em volta de sua cintura. Ah, aquela pele de puro cetim, pálida e macia. Podia sentir o calor do sexo dela através de suas calças. Tateou o seu rosto, depois introduziu os dedos em seus cabelos, enroscou-os naqueles cachos. Tão suaves...
– Apenas respire, Dylan. Tente relaxar. Ouça minha voz.
Ela balançou a cabeça.
Mas podia lidar com isso, lembrou para si mesmo. Sempre conseguira. Simplesmente tinha de manter seu poder, bancá-lo por ora. E dar a ela o que desejava. Essa era sua missão, algo que fazia muito bem. Mantendo uma das mãos atrás do pescoço dela, ele o apertou ligeiramente. A confusão se estampou em suas feições.
– Quieta, Dylan.
Parecia que ela ia falar, mas fechou a boca.
– Boa menina.
Um arrepio a percorreu diante dessas palavras.
Ah... ela seria a perfeita base, essa mulher. Aquela combinação irresistível de força e fogo e uma reação submissa natural.
(...)

“– Diga que quer isso, Dylan –, ele ordenou.
– Eu... Sim, eu quero isso.
Ele encontrou a borda do tecido, sob o qual deslizou os dedos.
Ela soltou um pequeno gemido. Mas manteve os olhos abertos, fixos nos dele, enquanto os dedos de Alec tateavam as dobras intumescidas entre suas coxas. Incrível como ela estava molhada! Encharcada. E ele ia morrer por tocá-la daquele jeito e não fazer nada quanto à intensa pulsação de seu pênis. Mas conseguiria. Passou os dedos sobre a vagina, separando a carne inchada e parando por um momento. Muito excitada. Então encontrou seu clitóris e o beliscou delicadamente.
– Ah...”
(...)

“– Goze para mim, Dylan.
E ela gozou, foi simples assim. O sexo dela apertando os dedos dele, em movimentos de vaivém, fazendo com que ela arqueasse o corpo. E ele com o pênis vibrando de desejo, o pulso acelerado.
– Ah... sim... Alec.
Ela mordeu o lábio, e era bom demais para resistir. Inclinando-se, ele pegou aquela carne intumescida entre seus dentes e mordeu com a pressão exata, depois abriu os lábios dela com a língua. Ela estava gozando, ofegava em sua boca. E ele engoliu tudo que vinha de Dylan: seu prazer, seus suspiros, o intenso cheiro de desejo no ar.
Ela ainda estava tremendo quando ele se afastou e a virou, deitando-a de bruços em seu colo.
– Alec?
O corpo dele ficou inteiramente tenso.
– Shhhh. Chegou a hora, Dylan. É por isso que estamos aqui. Você está pronta.
– Alec... não... Eu não posso...
Estava lutando para se erguer, mas ele a segurava com firmeza.
– Você está me indicando vermelho? Está usando a palavra de segurança para acabar com a
performance? Se estiver, vou deixar que se levante e se vista e vá embora. É o que você quer?
– Eu... Não.
Ele mal podia esperar para subjugá-la. Espancá-la. Só que isso iria fazer seu pênis ficar mais duro ainda, tornaria mais difícil manter-se controlado. Nenhuma mulher desafiara seu autocontrole como Dylan. Mas ele podia lidar com isso. Simplesmente tinha de conseguir. Naquele momento, desejava tocá-la mais do que qualquer outra coisa no mundo.
– Vamos ficar, Dylan?
– Sim.
Ele podia sentir uma tênue rendição no corpo dela. Era o suficiente. Puxou a malha transparente da calcinha dela para o interior da linha que divide as nádegas, deixando-as expostas. Passou as palmas das mãos suavemente sobre a carne, apenas acariciando a pele. Realmente, ela estava entregue em seu colo. Perfeita. Tão perfeita como a curva durinha de sua bunda nua. Ele começou a dar pequenos golpes com a ponta dos dedos, com pressão suficiente para que ela pudesse sentir. Procurou escutar se ela dava algum sinal de pânico, mas até então estava bem. Bateu um pouco mais forte, a sua mão provocando o som de uma palmada. A respiração dela não mudou, mas sua carne ficou aquecida e mostrou um delicado tom de rosa.
– Você está bem, Dylan?
– Sim.
Ela ainda permanecia entregue e quente, e ele soube que Dylan estava deslizando no limite do
subespaço e talvez já estivesse quando a manipulava com os dedos, antes mesmo de ter gozado. Seu pênis se contorceu, intumescido. Não pense nisso agora. Concentre-se. Ele bateu mais forte, a outra mão ainda segurando, bem firme, a parte de trás do pescoço dela. Ele
sabia que ela estava sentindo alguma dor. E que o desejo no corpo dela poderia se converter em prazer caso lidasse direito com ela. Era o que pretendia. Ao parar de bater naquela pele cada vez mais rosada, ele sorriu para si mesmo, diante do tom adorável. Passando as pontas dos dedos em suas nádegas, ele beliscou a curva inferior. Ela se encolheu, mas mantendo a mesma respiração. Não havia nenhum sinal de tensão em seus músculos. Soube que, se pudesse olhar o rosto dela, veria pupilas dilatadas e maçãs do rosto coradas.
– Dylan, você me acompanha?
– Sim.
– Agora eu vou realmente bater em você.
Um gemido suave e depois:
– Sim...
– Boa menina.
Ele levantou a mão e bateu em uma das nádegas firmes. Ela se assustou, mas ficou quieta.
– Excelente, Dylan. Apenas inspire e expire, como lhe mostrei, antes.
Esperou até que ela respirasse profundamente e então bateu de novo em sua carne.
– Ah..!
– Muito bem, Dylan. Você pode aguentar.
Ele bateu, de novo, em sua bunda, que estava maravilhosamente rosada. E estava suportando.
Linda menina.
Ele estava ficando incrivelmente selvagem. Começou a trabalhar com ritmo, sua mão se erguendo e baixando, no mesmo compasso da música de fundo. Nada mais existia. Apenas a música, a curva perfeita daquela bunda e o desejo agudo que ele mal conseguia conter, mas que de alguma forma controlava.
Por ela.
– Alec... – A voz dela estava baixa, ofegante.
Ele parou.
– O que é?
– Eu preciso... gozar de novo.
Nossa! Aquela garota era impecável. Absolutamentre impecável. Havia uma bravura nela, uma honestidade sobre sexo que realmente o afetava. Ela, de fato, o afetava. Isso nunca lhe acontecera na vida. Nunca permitira que ocorresse. Mas Dylan...Ela era perfeita. “
(...)

E aqui está parte mais difícil da situação... vamos interpretar de maneira bem simples.
“– Alec?
– Você está tremendo. – Ele a puxou para mais perto de seu grande corpo. – Está com frio?
– Sim. Um pouco.
Lutou contra as lágrimas que não compreendia enquanto ele pegou um cobertor macio do encosto da cadeira, algo que ela não havia notado antes e, com ele, envolveu seus ombros.
– Você vai ficar bem em pouco tempo.
– Isso é... O que significa isso? O que está acontecendo comigo?
– É o que chamam de “fundo do poço”. Mesmo uma submissa experiente pode chegar a isso. É uma sobrecarga de endorfinas e, às vezes, de adrenalina. Ou mesmo simples emoção liberada, como pode acontecer durante uma sessão de massagem profunda.
– Não gosto desta parte.
– Não esperava que gostasse. Vai passar. Vou ficar bem aqui, com você.
Mas isso não a confortou. Ela sentiu, súbita e agudamente, que estar com Alec era parte do problema. Ele fazia com que se sentisse muito vulnerável. Aberta demais. Ela se encolheu, tentando sair do colo de Alec.
– Ei –, ele disse, com suavidade. – O que está fazendo?
– Preciso ir embora.
– Dylan, fique quieta agora. Ouça. Você está entrando em pânico. Isso acontece. Mas vai ficar bem, prometo. Vou cuidar de você. Sente aqui. Vamos fazer algumas respirações.
– Não.
– Dylan…
– Não posso! Quero que me ajude a levantar.
Os braços dele se fecharam em torno dela, uma gaiola de músculos. Seu coração disparou, martelando. Ela o empurrou, tentando evitar o abraço, enterrou as unhas na carne dele, mas ele não se moveu. Seus olhos foram ficando marejados de lágrimas. O estava acontecendo com ela? Precisava ir embora.
– Dylan, acalme-se, está tudo bem. Mas não vou deixar que se levante. Precisa permanecer aqui, por ora. Vamos lá. Faça a respiração.
– Alec…
Ele a segurou mais forte.
– Faça isso.
Ela percebeu que ele não a deixaria ir embora. E mesmo que uma parte dela se rebelasse contra a ideia, outra parte estava estranhamente aliviada. Mordeu o lábio, deixou que seus dedos se afrouxassem em torno do pulso dele. Se ao menos ela conseguisse estancar aquelas malditas lágrimas...
– Está bem, está bem.
– Ótimo. Só respire, como fez ontem. Insspire profundamente pelo nariz. Sim, isso mesmo. Segure o ar nos pulmões. Agora deixe sair pela boca. Como a respiração de ioga. Você já fez ioga?
– Sim.
– É exatamente o que deve fazer. Deixe o ar encher seu corpo, relaxe os membros. Muito bom.
Ele sentou, fazendo a mesma coisa. Ela perdeu a noção de há quanto tempo estava ali. Não importava. Concentrou-se na voz dele, em sua respiração, no calor protetor daquele abraço. E, finalmente, seu corpo começou a relaxar.
– Alec, estou muito cansada.
– Sim. É o efeito. Por isso eu não quis que você viesse dirigindo esta noite. É difícil entender do que se trata até passar pela experiência.
– Você tem razão. Eu não teria conseguido. Não esperava me… sentir assim. Não consigo entender.
– Não tente compreender demais esta noite.
Ela suspirou.
– Não. Nem consigo. Mal posso pensar.
– Esta experiência não tem a ver com pensamento, Dylan. Refere-se a desconectar aquela parte analítica de sua mente e simplesmente sentir.
– É o que você faz?
– Meu papel nisso é diferente. Tenho de me responsabilizar por tudo que acontece aqui. Por você.
Ele fez uma pausa, acariciando os cabelos que caíam no rosto dela, fazendo com que seu pulso
vibrasse. Ela não queria pensar sobre o porquê.
– Dylan, você está melhor agora?
– Sim, acho que sim.
– Vou levá-la para casa comigo.
– Não. Eu gostaria de ir para minha casa.
– Não vamos discutir a respeito.”
(...)

“– Você não precisa fazer isso –, ela disse.
– Fazer o quê?
O táxi atravessava a cidade. Tinha parado de chover, mas as ruas permaneciam molhadas, e ela ouvia o suave chafurdar dos pneus no asfalto.
– Você não precisa... me abraçar.
– É claro que preciso.
Ele pareceu verdadeiramente surpreso.
– Porque é parte do seu trabalho?
Ele ficou em silêncio por um longo instante.
– Não.
– Então por quê?
Outro largo silêncio. E então disse:
– Porque eu quero.”
(...)

” Ela precisava sair dali. Tinha de ir embora antes que ele acordasse. Antes... do quê?
Antes que ela desse algo mais de si mesma para aquele homem.
Deslizou para fora da cama, encontrou suas roupas dobradas sobre o braço de uma cadeira cor de camurça escura que estava perto da janela e foi o mais silenciosamente que pôde até o corredor. Desceu as escadas e se vestiu rapidamente, no hall de entrada. Parecia estranho usar aquele traje sexy, da noitada no Pleasure Dome, em pleno e frio começo da manhã, no silêncio em uma casa às escuras. Parecia totalmente fora de sintonia com a maneira como estava se sentindo.
Simplesmente vá embora.”
(...)

– Alô?
– Você foi embora.
– O quê? Eu... Alec.
– Por que, Dylan?
Ela afastou o cabelo do rosto, tentando fazer o cérebro funcionar. Por que havia ido embora? Ela lembrou-se do calor da imensa cama dele, do corpo a seu lado, do absoluto conforto daquela presença. E de seu medo pelo tanto que gostou de estar lá. Precisava estar lá. Com ele. Seu pulso se acelerou, o coração começou a disparar.
– Eu apenas... tinha de ir embora.
Ele suspirou silenciosamente do outro lado da linha. Ou talvez fosse um sinal de irritação.
– Dylan, temos de conversar sobre isso.
– Por que é parte de seu trabalho como dominador?
– É parte de meu trabalho. Você é minha responsabilidade depois de uma sessão. Preciso saber que você está bem antes de deixá-la.
– Fui eu que o deixei.
– Sem conversar comigo.
A raiva ardeu no peito dela.
– Eu lhe disse, Alec, não sou uma escrava qualquer.
– Não, mas há regras por uma razão, independentemente do nível de poder envolvido no jogo. Para manter você segura.
– Estou perfeitamente segura.
Ele ficou em silêncio, por um instante. Depois, falou com tranquilidade, mas a raiva era aparente em sua voz:
– Porra, Dylan! Reconheço como você é forte. Como é competente em sua vida diária. Mas toda essa coisa não se aplica aqui. Não quando você se entrega a mim. Quando sou eu que a conduzo para aquele espaço onde você não é capaz de tomar decisões, de cuidar de seu próprio bem-estar. E você é muito novata nisso para julgar direito o momento em que saiu daquele estado.
Será que ele tinha razão? Ela não podia saber, de imediato. Ainda estava muito cansada.
– Dylan? Você ouviu o que eu disse?
– Ouvi, sim. Eu estou... pensando.
– Bem, então pense nisso. Não vou interagir com uma mulher que não respeita as regras que estipulei.
E uma dessas regras é que eu decido quando você está bem para ficar sozinha.
– Por que você está tão zangado, Alec? Estou em casa, na cama. Dormia ou tentava pegar no sono, até que você ligou. Estou obviamente bem.
– Está?
– Sim. – A mentira rolou de sua língua fácil demais.
– Sua primeira experiência com o jogo da dor, sua primeira vez em um clube de fetiche e você está perfeitamente bem? Nenhuma confusão com o que aconteceu com você, nenhuma dificuldade de aceitar sua reação, seus desejos? Mesmo que isso seja a antítese de como você normalmente é?
– Não foi o que eu disse.
– Não. Nem precisava. Olhe, Dylan, eu faço isso há muito tempo. Desenvolver certa intuição, entender as transições pelas quais passa uma pessoa que entra no ambiente é parte do trabalho de um bom dominante. E sou muito bom no que faço. Então tentar me dizer que está perfeitamente bem, que não foi afetada pela noite passada é pura bobagem.
– Não disse que fiquei totalmente insensível.
– Você está intelectualizando isso, Dylan.
Ela mordeu o lábio, enrolou a ponta dos dedos na borda da colcha.
– Talvez esteja. É minha reação habitual a... quase tudo.
– Você terá de ir mais fundo se quiser, realmente, vivenciar esta experiência.
Ela estava com raiva agora. Sabia que estava sendo levada por seus mecanismos de defesa. E nem ligava.
– Eu nunca disse... Estou apenas fazendo uma pesquisa para meu livro, Alec. Até onde devo ir para fazer isso?
– Até onde seus desejos a conduzam. Até onde esteja disposta a ir.
– Não sei até que ponto. Tudo bem?
– Parece justo.
– Bem, eu... O quê?
– Eu disse que parece justo.
Ela imaginou que ele iria retrucar. Mas, como não fez isso, ela acabou se sentindo um pouco ridícula. Recorreu à respiração. E expirou, deixando que um pouco de sua raiva fosse filtrada junto com o ar.
– Lamento ter ido embora –, ela disse, um pouco relutante.
– Tudo bem.
– Por que, subitamente, você está sendo tão razoável?
– Estou sendo razoável porque eu sou razoável, não tenho nada de louco. Isso a desconserta?
– Sim. – Ela odiava admitir isso. Detestava porque fazia com que se sentisse fraca.
– Então ainda estou fazendo meu trabalho.”

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