Boa
noite meus amores...Tive um dia longo e cheio hoje, estou com as dores de um
dia como esse. Sentada ao computador tentando comer uma pipoca enquanto o um
filme carrega, nada melhor do que relaxar depois de um dia estressante. Amanhã terei novamente a mesma maratona.
Porém o que me interessa é que eu terminei de ler esse livro ontem, e o durante
o me dia eu não parei de pensar e pensar sobre ‘ A Garota Dos Pés De Vidro’.
A Garota Dos Pés De Vidro-Ali Shaw
A Garota Dos Pés De Vidro-Ali Shaw
Refletindo
bastante sobre este, não chego a uma idéia, relevante, contudo. Propus a mim
mesma fazer a minha critica de ambas as partes do meu consciente. Eu passei
tanto tempo lendo romances onde há aquele final derradeiro de romances... Os ‘felizes para sempre’ que nem notei o que
tinha nas mãos. Esse livro de um ângulo infanto com historinhas, me fez
refletir, nos momentos de minhas escolhas, veja bem: Eu sou católica, durante a
minha catequese eu visitei lugares onde nunca imaginaria encontrar vida, quando
eu me expresso aqui com a palavra vida eu quero dizer muito além do estado de
atividade funcional da matéria orgânica.
Eu me refiro a sua vitalidade a expressividade de uma criatura. Entrar
em um templo e contemplar de corpo e alma a sua calmaria. Deixar-se levar por
momentos em que você é invadida pelo espírito. Acreditando literalmente na
força que leva este mundo a algum lugar. No estagio final da minha catequese
quando eu decidi ‘me formar’ por assim dizer chama-se ‘crisma’. Meu grupo foi
levado a um tipo de igreja, bem velha pela sua deformação estrutural. Antes de
entrar meu professor, mencionou que havia uma porta atrás daquela porta. Onde
se refletia uma luz vermelha, era dever de nós mesmo entrar um por um só,
sentar-se no banco, cujo era o único banco e deixar que a sua imaginação
leva-se você até o que tivesse, ou não tivesse atrás da porta com a luz
vermelha. Eu pedi acompanhamento, e minha professora de teoria entrou comigo eu
desmaiei na sala. Nunca descobrir com meus olhos o que tinha atrás da
portinhola, mas no fundo eu sempre soube não precisava ver, para saber. Lá
tinha o sacrário o que dizemos o ‘Deus vivo’. A ostia consagrada dentro de uma âmbula
ou cibório. Mas onde eu quero chegar é a sensação de paz que eu senti naquele
dia, e ao mesmo tempo muita tristeza num tom depressivo. Como se algo estivesse
preso e eu estava ali para soltar.
Durante a leitura do livro de Ali
eu estive ao ponto de querer soltar algo. Passei o dia meio ‘depressiva’ e no
final cheguei à conclusão, que eu desejava mais que tudo para Ida e Midas um
‘felizes para sempre’ eu desejara o poder de dar a eles o que no final não foi
possível: A CURA! O tempo todo estava eu
sabia que isso não seria possível, eu sentia que não seria um livro de
felicidades extremas e sim de contentamento.
Ida deu a todos nós uma lição de vida pro sofrimento. Eu ansiara por uma
maneira de fazer os dois vencerem; o passado que os assombrava e o futuro que
eles não tinham. Fragmentar o momento em que Ida pede a Midas pela segunda vez
que a leve em um barco. Foi o ápice do final. Onde eu já podia sentir a
tristeza da separação.
É um
livro muito bom, em alguns momentos eu pensei ser uma dos livros da minha irmã
de dez anos com tantas coisas inimagináveis, novas. Mas surpreendemente
cativante.
Espero que vocês possam ler e questionar minha critica.
Você acreditaria que há uma criatura que transforma tudo o que
olha em branco puro? Que há corpos de vidro afundados na água do pântano? E
vacas do tamanho de insetos, com asas de borboleta? Então ainda não pode
enfrentar o que está acontecendo com você. Talvez ainda não tenha percebido, ou
ache que é apenas uma farpa no dedo do pé, mas a verdade é que você está, de
fato, se transformando em vidro, lentamente.
E embora, nesse ritmo, talvez pudesse seguir para sempre, tornando a transformação
derradeira tão vaga como a morte, nunca se sabe quando seu corpo e sua razão se
cansarão da batalha, e você terá de sucumbir instantaneamente à mais fantástica
das cristalizações. É hora de acreditar no impossível. E, antes de mais nada,
acreditar em si. Porque, se não é mais capaz de surpreender-se e maravilhar-se
com os mistérios dessa vida, talvez seu coração já tenha endurecido.
Segue-se
alguns trechos para o gostinho de quero mais....
("Então o que somos, Midas? Amigos
próximos? Aspirantes a namorados? Esse tipo de conversa deixa você assustado,
não deixa?" Ela fechou o livro. "Mas perceba, Midas, e não quero ser
cruel. Você tem mais tempo que eu para lidar com suas inseguranças. Eu preciso
saber onde ficamos."
O fogo estalou. Ela receou ter falado demais,
derrotado as gotas de palavras dele com um rio das suas. Continuou. "Não
pode apenas... me escrever um bilhete ou algo assim? Ou... dizer de
coração."
A mandíbula dele travou enquanto tentava
dizer alguma coisa.
"Pare de pensar tanto no que vai dizer.
Desembuche logo."
"D-desculpe."
Ela bateu no braço da poltrona. "Está
desculpado, Midas, diabos! Isso não importa. E quanto a nós?"
"Eu não ia... Eu queria..." Ele
estava quase curvado. Ela notou a segunda câmera em seu pescoço, como se forçasse
sua postura.
"Onde arrumou essa câmera?"
"Emi-Emiliana. Estava tirando uma foto
dela."
Ela sentiu uma viscosidade repentina na
garganta, uma ostra engolida errado, caindo em seu estômago e nos intestinos,
se tornando uma ausência anestesiante sob seus joelhos. Ele apenas se sentava
lá com um ar de preocupação. Havia dito antes que queria tirar a foto dela e
ela evitara o assunto porque não queria que ele a fotografasse. Odiava o que as
fotos faziam com ela naqueles dias e odiava a ideia de ser registrada numa
dessas. Mesmo assim, ficou lisonjeada de ele querer tirar uma foto. Ela
"lera" aquilo como um sinal de que ele estava interessado nela.
Idiota. Era uma idiota.
Afastou o olhar dele. Claro que Midas nunca
havia prometido se abster de fotografar alguém até que essa pessoa estivesse
pronta e, sim, ela estava sendo irracional, mas estava tão exausta e suas
pernas estavam tão feridas...
"I-Ida?"
"Porra,
Midas. Se não vai acontecer nada entre a gente, por que você está aqui
afinal?"
Ele se levantou. Curvado, de forma
subserviente, saiu do quarto.
"Midas! Volte aqui!" Mas ele não voltou. Ela se levantou e
tentou correr atrás dele, mas o tapete grosso se enroscou numa muleta e ela
tropeçou.)
***********
("Escute, Gustav, sou um nó de
inibições. Primeiro, mal consigo formular minhas frases. Segundo, vejo meu pai
em tudo o que faço e me odeio por isso. Terceiro, cada vez que eu toco alguém,
meu corpo parece feito de ferro."
"O.k.
Na ordem que você colocou. Primeiro, você formulou essa pequena lista de
defeitos perfeitamente bem. Segundo, seu pai já morreu. E só você. Não balance
a cabeça... vamos voltar a isso. Terceiro... bem, fique de pé."
"Como?"
Gustav empurrou sua cadeira para trás e se levantou, gesticulando para Midas
fazer o mesmo. "Den, preciso que você vá para o corredor ou outro cômodo e
feche a porta. Desculpe."
Ela fez isso emburrada, enquanto Gustav
enrolava as mangas. "Vem cá, Midas, eu já devia ter feito isso há anos.
Vou te curar de uma vez por todas."
Midas empurrou a cadeira para trás e se
levantou.
"Coloque a câmera de volta na
mesa."
"Por quê?"
"Obedeça."
Midas bufou e abaixou a câmera. "E
agora?"
Ele gritou quando Gustav o jogou no chão duro
da cozinha. Seus ossos estalaram e sua cabeça bateu nos azulejos. Ainda estava
gritando quando Gustav subiu nele e o socou no estômago. A respiração de Midas
acelerou, mas Gustav não parava. De pernas abertas sobre ele, agarrou seus ombros
e o empurrou para o chão, então o acertou com toda a força. "Lute,
panaca!", ele gritou, estapeando o rosto de Midas.
Midas o empurrava pateticamente, mas o peso
era demais. Outro tapa acertou suas bochechas e seu nariz. Ele podia sentir o
sangue. Agarrou o pulso de Gustav quando ele avançou novamente e, fraco demais
para afastá-lo, enfiou as unhas na pele dele. Gustav rosnou de dor e saiu de
cima.
"Mulherzinha!", ele gritou e o
chutou nas costelas. Midas rolou para evitar um segundo chute, agarrou o pé de
Gustav e o torceu. Gustav caiu no chão e bateu a cabeça fortemente nos
azulejos, um fio de sangue escorreu por sua testa.
Midas sentou-se ao lado dele. "Você
está... está bem, Gus?" "Ugh..."
"Oh, Deus. Sinto muito."
Gustav se virou selvagemente para ele e o acertou no peito. Midas
lutava balançando os braços e tentava bloquear chutes no chão com os joelhos.
Estavam lutando ferozmente, rolando um sobre o outro e derrubando cadeiras. Uma
mão de Midas estava presa na de Gustav e a outra estava enfiada no rosto dele,
tentando empurrá-lo. Midas sentia a pele grossa de uma narina do amigo, os
lábios
ofegantes e a barba por fazer pinicando sua mão. Com um esforço final, ele se
libertou e jogou todo o peso de volta em Gustav, que não esperava isso. O impacto
exigiu esforço de cada uma de suas juntas, mas Gustav caiu para trás e Midas
subiu nele, pressionando sua barriga volumosa com os joelhos ossudos, usando
toda a força para manter os braços de Gustav no chão.
Gustav riu ofegante e lambeu seu lábio superior
partido. "O.k., o.k.", gemeu. "Midas ganhou com justiça."
Midas grunhiu, soltando-o. Gustav permaneceu
deitado, ofegante e rindo. Midas examinou seu corpo recém-socado, sua pele de
um peculiar tom vermelho, suas roupas amarrotadas.
Gustav gemeu e se sentou. "Jesus. O que
eu não faço por você."
"Obrigado. Isso... parece bobagem, não
parece? Isso me ajudou mesmo."
"Se for tocar a Ida, melhor ser mais
gentil. Está me devendo, lembre-se. Pode começar me deixando usar seu chuveiro
e pegando uma cerveja gelada, ou uma xícara de chá se não tiver bebida."
Gustav abriu a porta da cozinha e viu Denver
abaixada no buraco da fechadura, segurando uma risada. Midas corou e sentiu que
seu crânio era um saco plástico cheio de sangue.
Denver ergueu a cadeira da cozinha e sentou-se nela enquanto Gustav
subia a escada e ligava o chuveiro.)
*********
(Um pouco à frente, alguém se deitava no chão
num casaco salpicado de neve. Ele correu na sua direção.
"Ida?", ele ofegou. "Ida, pode
me ouvir?"
Ela abriu os olhos. Seus dentes batiam.
"Midas, sinto muito."
"Não diga bobagem. Deus, está
ferida?"
O inverno estava dentro do casaco dela e sob
sua saia, congelando seus pulmões, mas, mesmo na ansiedade do momento, o fato
de tê-la encontrado tornou seu coração quente. "Ponha minha capa. Não se
deite, ela vai molhar e você vai ficar com mais frio ainda."
"Não me deixe.")
***********
(Inicialmente, ele achou que a expressão contraída dela era de
prazer, mas, quando os suspiros que ela emitiu chegaram a um tom de tortura, ele
parou. Ela cobriu o rosto com as mãos.
"Dói", ela sussurrou, "como se houvesse facas na
minha pélvis."
Ele se afastou e deitou-se suavemente a seu lado.
"Acho que há vidro dentro de mim, Midas."
Ela respirou fundo e apertou a barriga.
"Ida!"
"Estou bem, estou bem."
Num espaço de translucidez leitosa em sua cintura, ele podia ver
algo marrom pulsando... Era um órgão? Seu cólon, sua bexiga, seu ventre? O
torso de
Ida, braços e rosto brilharam com
um suor frio. Veias da cor de ametista lutaram no interior de suas coxas. Ela
parecia antiga e desgastada. Num movimento involuntário, ele agarrou os cabelos
dela.
Esse toque o fez perceber que a amava. O calor do couro cabeludo
dela. A oleosidade dos cachos. Ele afundou a mão em seus cabelos. Escorreu por
entre seus dedos como areia. Ficaram juntos por um longo tempo. Em algum lugar
lá fora, um cachorro latia. Ele mal podia acreditar que vivera tanto tempo sem
querer o toque. A fotografia o fizera esquecer a necessidade do sentimento.
Ela acariciou a bochecha dele. Ele estremeceu, então relaxou.
"Midas, quero uma coisa." Ela respirou profundamente e olhou o dedo.
"Não posso mais ficar sem ter certeza."
Ele esperou. Percebeu que nem sempre era preciso falar.
Ela fechou os olhos. "Quero ficar
com você pelo tempo todo que sobrar.")
******************
("Já viu o fundo do mar?", ela perguntou, sabendo que a
resposta seria não. Queria falar disso e reviver a experiência. "Bem no
fundo, é como o crepúsculo. Você pode ver trilhas de sal na água, como fantasmas."
Midas balançou a cabeça, sorrindo. "Nunca vi nada disso.
Sempre me surpreende tudo o que você já fez mais que eu."
"Não por muito tempo."
"Não fale assim."
"Só estou dizendo que... adoro ficar sentada com você,
assim."
O mundo era monocromático à semelhança do dia em que se
conheceram, o mar negro como vinil. O cormorão no casco naufragado decolou e
voou sobre a água.
"Midas... Eu adoraria me sentar assim com você num
barco."
"Tudo bem."
"O quê?" Ela não esperava que ele dissesse isso.
"Tudo bem", ele disse, mais devagar dessa vez.
Ela continuou, antes que ele tivesse chance de voltar atrás.
"A previsão do tempo é de que estará bom amanhã. Vamos alugar um barco e
ir o mais longe que pudermos. Desde que o mar esteja manso, creio que consigo
remar um pouco."
Ele engoliu seco. "O.k.")
****************
A parte mais emocionante:
(Ida pôs as mãos nos braços dele e
os segurou firme. Quando ele entendeu a mensagem, ela se aproximou com cuidado
de seu pescoço e da face. Beijaram-se, com os olhos um no outro. Midas sentiu
que os cotovelos e braços dela endureciam. O abraço afrouxou. As costelas dela
nas mãos dele ficavam mais frias.
Sua pele macia ficou inerte. Ele passou as mãos no seu cabelo.
Segurou seu rosto.
Os lábios dela trilhavam os de Midas. Sua língua contou os dentes
dele. Seu cílios derramaram lágrimas no rosto dele.
A força de seus braços se desfez. Seus lábios desapareciam.
Encostou a cabeça na dele. As lentes de seus olhos se solidificaram.
Os pontos pretos das pupilas se tornaram pontinhos minúsculos,
fechados como cadeados; foram-se. Por um momento, a cabeça dela virou uma rosa
congelada, e ficou vazia.
Midas começou a tremer e gritou:
"Socorro!". Era só o que podia fazer. Ainda estava preso no abraço de
Ida. Quando tirou a mão dos cachos dela, incapaz de olhá-la no rosto, ele ouviu
um ruído de cacos. Fibras do que era o cabelo de Ida prendiam-se aos dedos de
Midas e lhe cortavam a pele. Os braços dela ainda se agarravam a seu ombro. Ele
teria de se contorcer para afastá-la.)
Deixo que vocês leiam o final
beijos meus amores....
beijos meus amores....
Até o próximo livro!!!
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