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Friday, August 28, 2015

Desaparecida.



Não sinto em mim ainda a capacidade para me desligar e fluir com os eventos do dia. Percebo agora que o maior problema foi o adiamento de minha alta (e não foi por causa de compromissos de trabalho, meu tratamento é mais importante). O que me deixou confuso foi o fato de sentir que estou indo bem na programação e ter a notícia de que mais dez dias foram incluídos em minha estadia aqui). Isso gerou uma dúvida em relação ao meu aproveitamento, me fazendo questionar ainda mais minhas atitudes e sentimentos.”




Pessoas desaparecem o tempo todo.  Garotas jovens fogem de casa. Crianças se perdem dos pais e nunca mais são vistas. Donas de casa pegam o dinheiro das compras e um táxi para a estação de trem, muitos desaparecidos são encontrados com o tempo. Desaparecimentos, afinal, têm explicações... Geralmente.
São estranhas as coisas que você se lembra. Imagens únicas e sensações que te acompanham pelos anos.

Como o momento em que percebi que nunca tive um vaso.
Mas nunca morei em um lugar tempo o bastante para justificar por que ter uma coisa tão simples. E, como naquele momento tudo o que eu queria ter era o meu próprio vaso.
Era uma terça-feira á tarde seis meses após o fim da guerra.

De alguma forma, na minha cabeça, o Dia da vitória na Europa. O fim da guerra mais terrível e sangrenta da história Está sendo esquecido com o passar do tempo, mas eu ainda me lembro de cada detalhe do dia, em que vi a vida que queria em uma vidraça.
 Ás vezes me pergunto o que aconteceria se tivesse comprado o vaso e lhe dado uma casa.

Isso teria mudado tudo?
Quem pode saber?
Mais sei de uma coisa, até mesmo agora, depois de toda a dor, a morte e a mágoa que se seguiu, eu ainda teria feito à mesma escolha.


Cante-me uma canção de uma moça que se foi
Diga que a moça pode ser eu?
Feliz de espírito um dia ela navegou
Do mar para o céu

Onda e brisa, ilhas e oceanos
Montanhas de chuva e sol
Tudo que era bom, tudo que era belo
Tudo que era eu desapareceu

Cante-me uma canção de uma moça que se foi
Diga que a moça pode ser eu?
Feliz de espírito um dia ela navegou
Do mar para o céu...

Não havia luz elétrica até onde eu podia enxergar.
Então apesar de minha mente racional.
Não havia luz elétrica até onde eu podia enxergar.
 Então apesar da minha mente raciona!



M.W.M


2 comments:

  1. Fabuloso
    adorei o post, as imagens, as vibrações, tudo!

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  2. Muito obrigada querido James, minhas postagens perderão um pouco de vida.
    Agradeço seu apreço!
    Att: O clube do Livro

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