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Vida
Local onde Agatha foi batizada.
Agatha Mary Clarissa Miller nasceu em 15 de Setembro de 1890, na costa de Devon, na cidade de Torquay, sendo a terceira filha de um rico americano.. Os seus livros venderam centenas de milhões de cópias em inglês,
além de mais algumas centenas de milhões em línguas estrangeiras,
totalizando mais de 4 bilhões. Ela é a autora mais publicada de todos os
tempos em qualquer idioma, somente ultrapassada pela Bíblia e por Shakespeare. Ela é a autora de oitenta romances policiais e coleções de pequenas histórias, 19 peças e seis romances escritos sob o nome de Mary Westmacott.
Agatha Christie foi pioneira ao fazer com que os desfechos de seus
livros fossem extremamente impressionantes e inesperados, sendo
praticamente impossível ao leitor descobrir quem é o assassino.
Primeiros anos
O pai de Agatha, Frederick, era americano e passava a maior parte do
tempo viajando, já a mãe, Clara, era uma mulher muito tímida, de quem
Agatha herdou boa parte de sua personalidade. O casal tinha mais dois
filhos, Madge e Monty, ambos mais velhos que a futura escritora. Em 1896, mudou-se, junto à família para a França.
Embora Madge e Monty recebessem uma educação formal, a mãe decidiu que a
filha mais nova deveria começar a estudar antes dos 8 anos, então com 5
anos de idade, Agatha já sabia ler, a partir de então, praticamente só
foi educada em casa, tendo diversos tutores e professores particulares.
Quando a filha tinha ainda 11 anos, o seu pai, Frederick, morreu, a
partir de então Agatha começou a viajar para vários lugares do mundo
junto com a mãe.Aos 16 anos, foi para uma escola de aperfeiçoamento em Paris, onde se destacou como cantora e pianista.
Conheceu o Coronel Archibald Christie, piloto do Corpo Real de Aviadores em 1912, e manteve com ele um romance tempestuoso. Casaram-se em 24 de Dezembro de 1914.Enquanto o marido esteve na Primeira Guerra Mundial,
Agatha trabalhou em um hospital e em uma farmácia, funções que
influenciaram seu trabalho: muitos dos assassinatos em seus livros foram
cometidos com o uso de veneno. Em 1919, teve com Archibald sua primeira e única filha, Rosalind, e em 1926, a mãe de Agatha, Clara, morreu, e naquele mesmo ano a autora se divorcia do marido e desaparece por vários dias. A irmã mais velha de Agatha, Madge faleceu em 1923, já o irmão Monty, morreu em 1929.
Início na literatura
Começou a escrever The Mysterious Affair at Styles em 1916, e o livro foi publicado em 1920 pela editora Bodley Head vendendo cerca de 2.000 cópias, após ser rejeitado por 6 editoras. Em seguida vieram The Secret Adversary, The Murder on the Links, The Man in the Brown Suit, Poirot Investigates e The Secret of Chimneys. Mas o sucesso veio em 1926 com a publicação de The Murder of Roger Ackroyd, que vendeu 5.000 cópias. O livro causou polêmica, pois Agatha contrariou as regras dos romances policiais.
Desaparecimento
O lago Silent Pool onde o carro da autora foi encontrado.
Em 3 de Dezembro
de 1926, seu marido Archie revela que está apaixonado por outra mulher,
Nancy Neele, e quer o divórcio, e então deixa a esposa, para passar um
fim de semana com a amante e alguns amigos em Godalming, Surrey. Após chegar em casa e não encontrar o marido, Agatha abandonou a casa em Styles por volta das 21h45 daquela noite com uma pequena mala. Na manhã do dia 4 de Dezembro seu carro foi encontrado em um barranco no lago de Silent Pool em Newlands Corner, com os faróis acesos. Dentro do Morris Cowley
verde foram deixados um casaco de pele, a sua mala e uma carteira de
motorista vencida. O desaparecimento da autora se tornou notícia em
Surrey quando a polícia local publicou um relatório de pessoas
desaparecidas, e passou-se a oferecer £100 para quem tivesse qualquer
informação sobre a autora. Aviões, mergulhadores e escoteiros buscavam
por Agatha - ao todo a busca teve a ajuda de 15.000 voluntários.
Várias informações foram acrescentadas à história do desaparecimento da autora, no livro The World of Agatha Christie. Martin Fido
diz que na semana de seu desaparecimento Agatha deixou uma carta para
Carlo Fisher, sua secretária pedindo para cancelar uma hospedagem em Yorkshire.
Segundo Martin, a autora escreveu também uma carta ao marido
fazendo-lhe duras críticas. Ainda no sábado, antes da descoberta do
carro da autora, ela havia escrito uma carta a Campbell Christie, de Londres,
dizendo que iria para Yorkshire, mas a carta foi perdida antes que
Campbell pudesse lê-la. Uma nota também foi escrita para o vice-chefe de
polícia de Surrey (ainda antes de encontrar-se o carro de Agatha), informando que Archie temia por sua segurança.
Descoberta
O Old Swan Hotel, onde Agatha foi encontrada.
Agatha Christie estava desaparecida há 11 dias, desde que seu carro
havia sido encontrado no lago Silent Pool, e estava sendo procurada por
aviões (foi a primeira vez que se usou aviões para buscar algum
desaparecido na Inglaterra), quando a polícia soube que ela estava no Hydropathic Hotel (hoje Old Swan Hotel), em Harrogate. Agatha chegou lá de táxi no dia 4 de Dezembro levando consigo apenas uma mala.
A autora estava hospedada sobre o nome de Teresa Neele (o mesmo sobrenome da amante de seu marido), e dizia ser da Cidade do Cabo, e explicou que era uma mãe de luto pela morte de seu filho. No hotel Agatha foi vista dançando, jogando bridge, fazendo palavras cruzadas e lendo jornais. Curiosamente, a autora deixou um anúncio no The Times dizendo que Teresa Neele procurava parentes e amigos da África do Sul, interessante ressaltar, que a irmã de Agatha, Madge, morreu em 1923, após voltar do país africano.
A autora foi reconhecida no hotel pelo músico Bob Sanders Tappin que
reivindicou a recompensa de £100. Sanders disse que se dirigiu a autora
como "Mrs. Christie" e que essa respondeu-lhe, mas disse que estava
sofrendo de amnésia. Agatha foi encontrada pela polícia no dia 19 de Dezembro.
Controvérsia
Várias teorias foram criadas para explicar o falso desaparecimento da
autora, algumas pessoas defendem que o escândalo foi um golpe
publicitário para aumentar a venda de um dos seus livros (The Murder of Roger Ackroyd
lançado semanas antes do desaparecimento, continuava na lista de
best-sellers), outras que a intenção da autora era apenas se vingar de
Archibald, simulando sua morte para que o marido fosse acusado de
assassiná-la, e finalmente há os que dizem que a autora realmente sofreu
um acidente de carro e perdeu a memória.
Embora em seus livros autobiográficos não haja quase nenhuma
informação sobre o episódio de seu desaparecimento, acredita-se que, em
"O Retrato", publicado sob o nome de Mary Westmacott, Agatha conte muito
da sua história através da personagem Celia, que pensa em suicídio após
ser abandonada pelo marido.
O segundo casamento e retorno à literatura
Em 1927 Agatha voltou a escrever, com a publicação de The Big Four, protagonizado por Hercule Poirot. Mesmo após o escândalo de seu desaparecimento, Agatha só se separou de Archibald em 1928, dois anos após o incidente. No outono do mesmo ano, o arqueólogo britânico Leonard Woolley convidou Agatha para o Oriente Médio, onde estava no comando de escavações em Ur. No ano seguinte Agatha voltou a Ur, onde conheceu o jovem assistente de Woolley, Max Mallowan (14 anos mais jovem que Agatha), com quem se casou em 1930.
A autora manteve seu nome como Agatha Christie porque assim estava
celebrizada entre os seus leitores, mas em sua vida particular era
chamada de Mrs. Mallowan. Com o marido, Agatha viajou por todo o mundo,
fazendo escavações e tomando conhecimentos sobre arqueologia, e escreveu um livro sobre a experiência, Come, Tell Me How You Live. O casamento com Mallowan duraria até a morte da escritora. Sua única filha, Rosalind casou-se no início da Segunda Guerra Mundial, e em 1943 teve um filho, Mathew Prichard, o único neto de Agatha Christie.
Gravura no túmulo da autora.
Em 1934, Agatha alcança o auge de sua carreira, com um de seus livros mais famosos, Murder on the Orient Express, adaptado para o cinema, teatro e TV em incontáveis ocasiões, sendo a mais famosa delas a versão de 1974 do romance, que rendeu um Óscar a Ingrid Bergman, e três prêmios BAFTA.Só no ano de lançamento do filme, o romance original vendeu 3 milhões de cópias.
Últimos anos
Em 1971, Agatha tornou-se dama do império britânico. O último livro protagonizado por Hercule Poirot, Curtain (escrito nos anos 40), foi publicado em Dezembro de 1975, porque Agatha já não se sentia disposta a escrever. A autora veio a falecer 2 meses depois, em 12 de Janeiro de 1976, por conta de uma pneumonia. Encontra-se sepultada em St Mary Churchyard, Cholsey, Oxfordshire na Inglaterra. Já o último livro de Miss Marple, Sleeping Murder (também escrito nos anos 40) foi publicado em Outubro de 1976. O marido Max Mallowan morreu em 1978.
O Legado de Agatha
Placa em homenagem a Agatha Christie na Abadia de Torre ( Torre Abbey), em Torquay
Ao contrário dos irmãos, Agatha nunca teve chance de frequentar a
escola pública, e foi educada pela mãe, num ambiente quase recluso onde
Agatha interessou-se pela música clássica e sonhava em ser cantora
lírica. Agatha chegou até mesmo a estudar música em Paris. Em sua infância, também através da mãe, teve o primeiro contato com a literatura.
Em seus 56 anos de carreira Agatha escreveu mais de 80 livros, fora
as várias peças teatrais e adaptações cinematográficas e televisivas de
suas obras, protagonizadas por Hercule Poirot, o detetive belga popularizado pelo uso de suas células cinzentas, e Miss Marple, a solteirona, que observando a natureza humana pode solucionar os mais obscuros mistérios.
Guinness
Agatha está no Guinness Book of World Records,
como a autora mais vendida no mundo, seus livros já venderam mais de 2
bilhões de cópias em 44 idiomas, os royalties gerados pelas obras são de
US$4 milhões por ano, Agatha é também uma das autoras mais prolíficas
do mundo. A autora também ocupa um lugar no Guinnes pela peça teatral de
maior duração do mundo, The Mousetrap estreou em 25 de Novembro de 1952 no Ambassadors Theatre em Londres, em 25 de Março de 1974 foi para o St. Martin's Theatre, e continua lá até hoje.
O maior livro do mundo
Outro recorde de Agatha, foi o livro mais grosso do mundo, medindo
mais de 30 cm de comprimento, possui 4.032 páginas, e todos os 12
romances e 20 contos protagonizados por Miss Marple. The Complete Miss Marple
é um dos livros mais raros da escritora, vinculado pela Cedric &
Chivers Period Bookbinding, o livro é em sua maior parte de couro, e com
ouro em algumas partes, com 16 páginas feitas à mão, foram produzidos
apenas 500 volumes e o livro é vendido por £1.000. O livro tem também um
mapa de St. Mary Mead a aldeia fictícia onde Miss Marple viveu, feito por Nicolette Caven baseando-se na descrição dada por Agatha em Um Corpo na Biblioteca, e em detalhes adicionais fornecidos por outros romances de Agatha, e uma introdução de Kate Mosse, contando como Agatha "descobriu" Miss Marple, e um prefácio de Mathew Prichard, o neto de Agatha que escreveu:
"Ao longo dos anos, todo mundo me disse que isso nunca poderia ser
feito - coletar todas as histórias de minha avó sobre Miss Marple em um
único volume. Assim, embora este livro seja, em termos de publicação, um
marco, ele também simboliza o carinho que o público, tanto na Grã-Bretanha quanto em outros lugares, tem por Miss Marple. "
Agatha Christie Ltd.
Em 1955 foi criada a Agatha Christie Ltd., que passou a cuidar dos direitos de todas as obras, peças e filmes de Agatha após essa data, em 1968 a Booker McConnell comprou 51% da empresa, mas pouco tempo depois aumentou seu capital sobre a empresa para 64%, em 1998 a Booker vendeu sua parte para a Chorion. O neto de Agatha Christie, Mathew Prichard, herdeiro de muitas obras da avó(incluindo A Ratoeira), ainda é associado à Agatha Christie Ltd.
Vendas
Lista de vendas das primeiras edições dos livros de Agatha, segundo a Agatha Christie Ltd.
A autora em sua vida pessoal
A vida em Devon
Placa em homenagem a Agatha Christie na Barton Road, em Ashfield, onde ela passou sua infância.
Agatha passou sua infância e adolescência em Devon,
que também foi o cenário de 15 de seus romances. A jovem Agatha viveu
numa grande mansão de Ashfield no bairro de Torre, quando criança Agatha
adorava andar de patins no Princess Pier, e banhar-se no Meadfoot Beach
e Beacon Cove, uma praia só para senhoras, porém onde ficava o Royal
Torbay Yacht Club, visitado inclusive por Frederick, o pai de Agatha,
que naquele local, frequentemente jogava whist.
Outro hábito interessante da infância de Agatha era participar de
pequenas produções teatrais em casas de famílias eminentes da região.
Ela participou de inúmeras peças na Oldway Mansion em Paignton, e no Imperial Hotel, em Torquay, que integrou três de seus romances, Um Corpo na Biblioteca, A Casa do Penhasco e Um Crime Adormecido,
a autora também participava de concertos no Torquay's Pavilion. Foi
após um concerto que Agatha recebeu o seu segundo pedido de
casamento(sendo o primeiro de Reggie Lucy num campo de golfe de
Torquay), do subalterno Archibald Christie, que ela havia conhecido três meses antes, em um baile na Ugbrooke House perto de Exeter, ela rejeitou o pedido, já que estava enamorada de Reggie, mas dois anos depois, na véspera do Natal de 1914, ela casou-se com Archibald.
O Grand Hotel, na beira do mar, foi o palco da lua-de-mel da autora, e
é onde começa a Trilha Agatha Christie, que visita muitos dos marcos da
vida da autora na região. Em 1938 comprou a Greenway Estate perto de Brixham, para viver com o segundo marido Max Mallowan,
onde ela levou uma vida ativa na comunidade, chegando a doar comos
lucros de um de seus livros, um vitral para a Churston Church,
administrada por Lord e Lady Churston. Escreveu várias vezes sobre Devon, suas cidades, e a costa da Riviera inglesa para Dartmouth e Salcombe, e usando o cenário de Burgh Island para as novelas And Then There Were None e Evil Under the Sun, e o Moorland Hotel, em Haytor, Dartmoor em seu primeiro livro, O Misterioso Caso de Styles.
Greenway Estate
A casa de férias de Agatha em Greenway Estate.
Agatha, frequentemente passava as férias, os fins de semana e os feriados em geral, em Greenway Estate, que a inspirou a escrever Dead Man's Folly e Five Little Pigs,
existindo até um barco onde o corpo de Marlene Tucker foi encontrado.
Quando criança, Agatha via e admirava a casa de Greenway, dizendo para a
mãe que era a casa mais bela do mundo. Agatha comprou-a pela
importância de 6 mil libras. Ao comprar a casa a autora contratou um
arquiteto que revelou as heranças da Geórgia, em 1942
a casa foi requisitada pelo Almirantado e ocupada por agentes de uma
tropa americana que pintou o friso de azul, em homenagem às suas
façanhas de guerra, mesmo após a guerra, Agatha optou por manter o
friso. Em 2000 a família de Agatha deu a casa ao National Trust, que
após levantar £5.4000.000, em 2009,
abriu a casa ao público. No quarto de desenho da propriedade, um dos
principais pontos de visitação do público, foi onde Agatha leu um de
seus romances antes mesmo de ser publicado, para a família, que tentava
adivinhar quem era o assassino, mas só o marido, Max conseguiu acertar.
A Vida em Londres
Placa em homenagem a Agatha no Sheffield Terrace onde ela viveu entre 1934 e 1941.
Agatha viveu em Londres por muitos anos, ela mudou-se para a cidade em 1918 e morou no 5 Northwick Terrace, em St John's Wood, nos meses finais da guerra. Mais tarde, mudou-se para Kensington, antes disso vivendo em Chelsea, onde no 48 Swan Court, ela escreveu Testemunha de Acusação e A Casa Torta, Chelsea também foi o cenário de Uma Dose Mortal, e foi o lugar onde Agatha viveu por mais tempo. A autora viveu em nada menos que nove casas em Londres
e no 58 Sheffiel Terrace, a autora ganhou uma placa em sua homenagem,
que marca a casa em que ela viveu. Londres é também o marco forte de
suas obras, além de ser a morada de Hercule Poirot, em O Caso do Hotel Bertram, o hotel em questão é baseado no Hotel Brown, na saída de Piccadilly, onde ela diz ter estado uma vez.
Viagens
A primeira viagem de Agatha foi à França, e logo em seguida ela foi ao Cairo, mas uma de suas mais interessantes viagens foi à Bagdá no Orient Express(Expresso o Oriente), em 1928, foi em Bagdá
aliás, que Leonard Wooley, apresentou-a a Max Mallowan, seu futuro
marido, e que mudaria a vida de Agatha completamente, nos próximos 30
anos ela viajaria o mundo em missões arqueológicas, e não teria mais
residência fixa. A inspiração para o livro Assassinato no Expresso do Oriente, veio em 1931, quando Agatha ficou presa com outros passageiros no Simplon-Orient Express quando voltava de Nínive, o livro foi publicado em 1934 e baseia seu enredo exatamente nisso: um grupo de pessoas presas num trem por conta da neve.
Durante as escavações arqueológicas, além de ajudar o marido a
restaurar e limpar objetos antigos, Agatha também escrevia. E foram suas
descobertas sobre as civilizações passadas, que a levaram a se
interessar pela vida nos desertos do Oriente Médio. A disposição real do navio SS Karnak no Nilo que a inspirou a escrever Morte no Nilo. As escavações em Ur, para Morte na Mesopotâmia; as visitas a Petra para Morte entre as Ruínas; e uma experiência no sul da Mesopotâmia para Aventura em Bagdá.
Ordem do Império Britânico
Agatha Christie tornou-se Dama da Ordem do Império Britânico em 1971. Morreu em 1976, e desde então vários livros seus foram publicados pós-morte: o romance de sucesso Um Crime Adormecido apareceu mais tarde naquele ano, seguido pela sua autobiografia e pela coleção de pequenas histórias Os Casos Finais de Miss Marple, Problem at Pollensa Bay e Enquanto Houver Luz. Em 1998, Café Preto foi a primeira das suas peças a ser adaptada para o teatro por outro autor, Charles Osborne.
Estilo de escrita
Agatha Christie, apesar de não gostar muito de falar em público, em
sua Autobiografia, fala muito sobre seu estilo de escrita, a autora
possuía uma vasta coleção de livros de Charles Dickens, PG Wodehouse e Lewis Carroll. Agatha também ganhou fama criando livros de mistério satirizando obras infantis, como foi o caso de Five Little Pigs.
Em suas obras a autora frequentemente usava como espaço pequenas vilas
ou aldeias inglesas, outro ponto comum, é que a maioria de suas obras
tinha um médico.
Modus Operandi
Cada escritor tem seu modus operandi,
Agatha não era diferente, e tinha uma opinião sobre a carreira de
escritora bem adequada ao seu perfil: "A escrita é um grande conforto
para pessoas como eu, que estão inseguros sobre si mesmos e têm
dificuldade para expressar-se corretamente.", Agatha raras vezes
participava de reuniões públicas, e o pouco que se pode saber sobre o
processo de criação de suas obras, é o que ela revela em sua biografia.
Influências
A mãe de Agatha lia para a filha muitos livros, o que era uma distração para ambas, entre os autores lidos pela mãe estavam Sir Walter Scott, Charles Dickens, John Milton, Alexandre Dumas e Jane Austen, Agatha disse uma vez que seu autor favorito foi Charles Dickens, e que sua obra preferida do autor era Bleak House.
Agatha e a irmã Madge também gostavam muito de histórias de detetives,
sendo que a futura escritora leu a primeira história de Sherlock Holmes com apenas oito anos, Agatha passou a ler também as obras de Edgar Allan Poe. Na época Agatha disse a irmã, Madge, que poderia escrever uma história de detetive, após elas lerem o livro The Mystery of the Yellow Room de Gaston Leroux,
a irmã duvidou, e em sua biografia Agatha disse que então, a semente
foi plantada, e que ela havia sido atingida pela determinação de
escrever histórias policiais.
O processo de criação
Greenway House, onde Agatha Christie viveu por algum tempo.
Antes de começar a escrever Agatha precisou definir um estilo
próprio, segundo ela mesma, é difícil para um jovem escritor iniciar sua
carreira sem copiar, mesmo que minimamente, o estilo de seus ídolos.
Ela considerava iniciar uma obra, como algo francamente, difícil, e que
muitas vezes, ficava horas encarando a máquina de escrever e mordiscando
um lápis, esperando uma ideia, o que lhe dava intenção de desistir, mas
a autora dizia ser encorajada pelo marido Max Mallowan a continuar. Em
qualquer lugar Agatha recebia inspiração para escrever, possuía um
caderno, que levava sempre consigo para anotar suas ideias, referentes a
enredos, venenos fatais ou crimes que lia nos jornais. Em algumas
ocasiões chegou a provocar sua mente, dizendo que viveria com a obra até
que ela estivesse pronta. Foi assim com O Assassinato de Roger Ackroyd, a escritora a todo momento ajustava os detalhes da trama. Agatha disse ter tido sensações parecidas com Lord Edgware Dies, cuja ideia surgiu-lhe na mente após ver um show de imitação de Ruth Draper.
Personagens para os romances surgiam da mesma maneira que os enredos,
a autora dizia criar personagens para si mesma, e ser capaz de escolher
alguém em qualquer lugar, para servir de base para seus personagens
fictícios, mas somente uma vez incluiu uma pessoa real em um de seus
livros. Ernest Belcher, um ex-professor e também chefe de Archibald(o primeiro marido de Agatha), havia pedido à autora que o incluísse em um de seus livros, que veio a ser O Homem do Terno Marrom,
usando a casa do mesmo como cenário para o assassinato. A autora negou a
sugestão, mas criou Pedler, personagem baseada em Ernest, com seus
maneirismos e frases, a autora dizia não considerar ter feito um bom
trabalho, e por isso nunca voltou a incluir pessoas reais em seus
livros. Mas Agatha também incluiu algumas outras pessoas reais em seus livros, como Ariadne Oliver, Lady Nancy Astor( a primeira mulher a ser membro do Parlamento), Lady Westholme(em Appointment with Death) e Katherine Woolley(esposa do Dr. Leonard Wooller, arqueólogo que trabalhou com Max Mallowan) em Murder in Mesopotamia.
Em sua autobiografia a autora diz que o grande prazer em escrever
histórias policiais é que há vários gêneros a escolher: "(...)a história
policial intrincada, com um enredo complicado, tecnicamente
interessante e que requer muito trabalho, mas é sempre compensadora e,
ainda, o que posso descrever como a história policial que tem como pano
de fundo uma espécie de paixão: nesse caso, é a paixão o que ajuda a
salvar a inocência. Porque é a inocência que importa, não a culpa.(...)"[18]
Em sua autobiografia Agatha também diz se assustar que as pessoas não
se preocupam com as vítimas e sim com os culpados, quando leem um
romance policial. Diz ainda que conseguiu se satisfazer completamente
com uma história, quando escreveu O Caso dos Dez Negrinhos,
que lhe custou muito planejamento, já que era difícil desenvolver
tantas mortes num só livro e não querer que o assassino seja óbvio, mas
que a ideia lhe fascinara profundamente. Agatha também mencionou que
nunca pensou seriamente sobre o crime, mas que escrever sobre ele, lhe
levou a um estudo mais detalhado da criminologia.
A execução das obras
Desde o começo Agatha contou com a ajuda de sua secretária, Charlotte
Fisher, que escrevia aquilo que a autora ditava, segundo sua
autobiografia, Agatha se sentia insegura no começo, não conseguia dizer
frases completas sem hesitar, e que passou mais de uma hora, tentando
iniciar a obra, e que a própria Charlotte, apesar de ser secretária
estenógrafa estava nervosa, e com medo de que Agatha ditasse de forma
muito rápida.Quando um entrevistador visitou a casa de Agatha Christie, e
perguntou-lhe onde ela escrevia, Agatha diz ter sido difícil responder,
já que ela escrevia em qualquer lugar. Ela escrevia na mesa de jantar,
no lavatório, e em qualquer outro lugar. A autora só exigia uma mesa
resistente e uma máquina de escrever, quando estava pronta para escrever
um romance, já que até então ela escrevia a mão os primeiros capítulos
de seus livros. Mesmo assim ela diz ter escrito entre "magias e
explosões", pois nunca teve um quarto ou escritório reservado para
escrever.(até sua casa em Sheffield Terrace em Londres).
Muitos de seus livros, foram escritos enquanto acompanhava o marido Max em missões arqueológicas. Escreveu Lord Edgware Dies, enquanto esteve com o marido numa escavação em Nínive, no norte do Iraque,
ela dizia que poderia escrever em qualquer lugar desde que tivesse uma
mesa resistente e uma máquina de escrever, porém a casa em que ficou, em
Nínive não tinha uma mesa, e quando a autora pediu uma mesa ao chefe da
escavação o Dr. Reginald Campbell Thompson, este negou prontamente, mas
Agatha compraria a mesa de um jeito, ou de outro. A Rainha do Crime(como era conhecida), chegou a escrever um livro em apenas 3 dias, foi sob o pseudônimo de Mary Westmacott que escreveu a novela Absent in the Spring,
que diz ter sido o único livro que a satisfez completamente, o livro
que sempre quis escrever, que desde o início já estava claro, em sua
mente, pois já o estava planejando há sete anos. Para escrever o livro,
ela certificou-se primeiro de que não seria interrompida, e escreveu o
primeiro e o último capítulo antes dos demais, porque já conhecia tão
bem seu fluxo criativo, que já sabia que iria poder desenvolver melhor
sua história. Agatha também já escreveu dois livros de uma só vez, foi
assim com a novela de Miss Marple, The Body in the Library e N or M? de Tommy e Tuppence, isso foi em 1941 durante a Segunda Guerra Mundial(mesma época, aliás, em que ela escreveu Curtain e Sleeping Murder, os últimos livros de Hercule Poirot
e Miss Marple, respectivamente), a autora diz em sua autobiografia que
não tinha problemas em escrever durante a guerra, pois ela só precisava
balbuciar as falas dos personagens, e imaginá-los caminhando no local
que ela havia criado para eles.
Detetives
Hercule Poirot
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Pouco antes da Segunda Guerra Mundial eclodir, Agatha iniciava sua carreira literária com The Mysterious Affair at Styles. Uma das suas principais dificuldades foi criar o detetive, para isso a jovem autora inspirou-se em um belga que estava hospedado em Torquay, e criou Hercule Poirot um detetive de 1,60m, que resolve seus casos usando as células cinzentas, e que é muitas vezes comparado a Sherlock Holmes
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Por que não seria belga meu detetive? Deixei que crescesse como
personagem. Deveria ter sido inspetor, de modo a poder ter certos
conhecimentos sobre crimes. Seria meticuloso, ordenado, pensei com meus
botões, enquanto arrumava meu quarto. Um homenzinho bem ordeiro.
Parecia-me até que o via, um homem muito alinhado, sempre cuidando de
colocar tudo no devido lugar, amante dos objetos aos pares, das coisas
quadradas, e não redondas. . E seria muito inteligente — teria muitas
células cinzentas —, essa era uma boa frase, devia recordá-la: ele
possuiria não poucas células de matéria cinzenta. Seu nome seria
espetacular — um desses nomes como existiam na família de Sherlock
Holmes. Como era mesmo o nome do irmão dele? Mycroft Holmes!
E se chamasse ao meu homenzinho Hercules? Ele seria um homem baixo —
Hercules seria mesmo um bom nome. Seu sobrenome era mais difícil. Não
sei por que me decidi por Poirot. Se fui eu própria quem o inventou, ou
se o vi em algum jornal, ou escrito em algum lugar, não sei — mas
assentei que seria esse o nome. Combinava bem, não com Hercules, com s,
mas sim com Hercule — Hercule Poirot. Estava certo, assente, graças a
Deus!(...) |
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Poirot fez sua primeira aparição em O Misterioso Caso de Styles, chamado por seu amigo Arthur Hastings,
começou sua carreira como oficial de justiça, mas passou a atuar como
detetive particular, e auxiliar a polícia em casos complicados. O personagem já protagonizou diversos filmes e ganhou sua própria série de TV, Agatha Christie's Poirot onde é interpretado por David Suchet.
Miss Jane Marple
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Não houve maldade em Miss Marple, ela simplesmente não confiava
nas pessoas. Embora ela esperasse o pior, muitas vezes ela aceitou
gentilmente as pessoas, apesar do que eles eram. |
— Agatha Christie.
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Miss Marple não se parece em nada com um detetive, mas para uma solteirona que nunca saiu de St. Mary Mead
ela é surpreendentemente astuta. Jane Marple, resolve seus crimes de
uma forma muito diferente de outros detetives, ela não faz
interrogatórios, não procura pistas, só usa o seu conhecimento da
natureza humana. Para criar Miss Marple, Agatha Christie se baseou tanto
na vida real, como em suas próprias obras, na vida real pelo seu grande
interesse por velhas solteiras, que mesmo vivendo em pequenas aldeias,
possuíam um conhecimento extraordinário acerca do comportamento humano.
Já na ficção ela usou a solteirona Caroline Sheppard, de O Assassinato de Roger Ackroyd, que auxiliou Hercule Poirot na solução do mistério em questão. Quando O Assassinato de Roger Ackroyd
foi adaptado para o teatro por Michael Morton, ele substitui Caroline
Sheppard por uma jovem, por isso Agatha resolveu dar uma voz às
solteironas, e criou Miss Marple.
Miss Marple fez sua primeira aparição em The Tuesday Night Club, um conto publicado na revista The Sketch, em 1926, já sua primeira aparição em um romance se deu em Assassinato na Casa do Pastor. Na literatura Marple protagonizou 12 romances e 20 contos, que iam desde a pitoresca Inglaterra rural de Um Corpo na Biblioteca até o glamour de O Caso do Hotel Bertram e uma ilha em Mistério no Caribe. Muitas atrizes interpretaram Miss Marple na TV e cinema, Gracie Fields foi a primeira, na versão televisiva de A Murder is Announced, em 1956. Margaret Rutherford interpretou Miss Marple em quatro filmes da MGM vagamente baseados na obra de Agatha, e também em The Murder Alphabet, ao lado de Tony Randall, que interpretou Poirot. Helen Hayes, vencedora de dois Óscars, interpretou Marple em A Caribbean Mystery de 1983 e They Do It with Mirrors de 1984. Joan Hickson foi Miss Marple nas adaptações da BBC nos anos 90. Joan havia interpretado uma empregada em Murder, she Said, que tinha Rutherford como Marple. Por fim Geraldine McEwan interpretou a detetive nas adaptações da ITV em 2004, sendo substituída por Julia McKenzie em 2009.
Tommy e Tuppence
Apenas após a Primeira Guerra Mundial,
que os jovens Tuppence Cowley e Tommy Beresford, criam a "Jovens
Aventureiros Ltd.". Ao todo o casal de jovens participou de 5 livros da
autora, entre eles uma coletânea de contos: O Inimigo Secreto, M ou N?, Um Pressentimento Funesto, Sócios no Crime e Portal do Destino.
Agatha descreve Tommy como agradavelmente feio, mas inequivocamente um
cavalheiro, é considerado lento o que é o contraponto perfeito à
impetuosidade de Tuppence, os amigos casam-se no final do primeiro livro
e têm três filhos: os gêmeos Derek e Deborah, e a filha adotiva Betty. Partners in Crime virou uma série de televisão em 1984, indo ao ar pela LWT, tendo James Warwick como Tommy e Francesca Annis como Tuppence, a série levou ao ar 10 dos 15 contos pertencentes ao livro. O casal voltou no filme The Secret Adversary, de 1985.
Parker Pyne
O detetive Parker Pyne surgiu em 1934 no livro de pequenos contos Parker Pyne Investigates. Pyne não se considerava um detetive, mas sim um especialista em
coração, cuja especialidade era curar a infelicidade das pessoas. Pyne anunciava seus serviços nos classificados do Times, onde convidava os leitores infelizes a o visitarem na Richmond Street, 17. Os primeiros seis contos com Parker Pyne, são casos simples ocorridos em Londres, posteriormente, histórias mais complexas, como uma viagem ao Oriente Médio em pleno Orient Express(de Assassinato no Expresso do Oriente), ser conselheiro de testamentos, Pyne chega até mesmo a fazer um cruzeiro pelo Nilo.
Posteriormente, Pyne aparece no livro The Regatta Mystery,
que também possui histórias de Hercule Poirot e Miss Marple. O
detetive, ou melhor, médico do coração, é descrito como um homem gordo,
careca, por volta de seus 60 anos, possui uma teoria, segundo a qual,
existem 5 tipos de infelicidade, mas todas elas têm cura, Pyne usa
métodos nada tradicionais, e engenhosamente engana os suspeitos e cura a
infelicidade. E em algum momento as histórias de Parker Pyne e Hercule
Poirot se cruzam, Mrs. Ariadne Oliver, amiga de Pyne, auxilia Poirot em
alguns crimes.
Ariadne Oliver
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Ariadne Oliver apareceu pela primeira vez no conto The Case of the Discontented Soldier, parte da coletânea Parker Pyne Investigates,
como uma amiga do investigador Parker Pyne. Começando como uma simples
escritora de mistério, Ariadne chega a participar de 6 romances com o
próprio Hercule Poirot, começando por Cards on the Table. Ariadne, ao contrário de Miss Marple, é muito mal-humorada, e considera que a Scotland Yard
seria melhor gerida por uma mulher, e nela podemos encontrar muito de
Agatha Christie, uma vez que, além de ser escritora de romances
policiais, Oliver ainda possui uma certa antipatia por seu personagem
Sven Hjerson, assim como Agatha, em diversas situações demonstrou sentir
por Poirot. A detetive, também já apareceu nas telas, começando pelo
filme Dead Man's Folly de 1986, adaptação do romance homônimo, onde é interpretada por Jean Stapleton, e também contracenou com David Suchet, em episódios recentes de Agatha Christie's Poirot, como é o caso de Cards on the Table, que foi ao ar em 2005.
Detetives por acaso
Alguns dos mais famosos livros de Agatha, não são protagonizados nem
por Poirot, ou Miss Marple, nem mesmo pelo casal Tommy e Tuppence, ou
Ariadne Oliver, são pessoas comuns, que de alguma forma são empurradas
para um mistério Um bom exemplo deste tipo de detetive, Dr. Arthur Calgary, de Ordeal by Innocence(Punição para a Inocência, no Brasil), no romance, o médico, ao retornar da Austrália,
descobre um álibi, de um homem condenado injustamente, e são as
diversas pistas encontradas por Calgary, que o levam a desvendar um
assassinato.
Já em Why Didn't They Ask Evans?(Por que não Pediram a Evans?, no Brasil),
Agatha forma uma dupla de investigadores bem diferentes de Tommy e
Tuppence, formada pelos amadores Bobby Jones e Frankie Derwent, que além
de tudo, são bem atrapalhados e caem em algumas armadilhas de seus
inimigos, mas mesmo assim conseguem solucionar o mistério colocado em seu caminho. Além disso Endless Night e The Pale Horse, são protagonizados por amadores, e ainda por cima em 1ª pessoa. Em Endless Night(Noite sem fim, no Brasil), o jovem Michael Rogers tenta desvendar o assassinato de sua esposa Ellie. Já The Pale Horse,
talvez seja um dos livros mais singulares de Agatha nele, Mark
Easterbrook, tenta desvendar uma série de assassinatos, envolvendo
supostas bruxas e um misterioso cavalo amarelo.
Principais obras
O Assassinato de Roger Ackroyd
Em 1926, após uma média de um livro por ano, Agatha Christie escreveu a sua obra-prima: O Assassinato de Roger Ackroyd. Este foi o primeiro dos seus livros a ser publicado pela editora Collins, e marcou o início de um relacionamento autor-editor que durou 50 anos e 70 livros. O Assassinato de Roger Ackroyd também foi o primeiro dos livros de Agatha Christie a ser dramatizado – sob o nome de Álibi – e a fazer sucesso no West End de Londres. A Ratoeira, a sua peça mais famosa, estreou em 1952
e é a peça de maior duração em cartaz da história. Ainda é encenada, no
mesmo teatro de Londres, desde então. Somente no ano de sua publicação
em 1926, vendeu 5.000 edições, e chamou a atenção por ser muito diferente de qualquer outro romance policial.
Assassinato no Expresso do Oriente
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O verdadeiro "Expresso do Oriente". [33]
Murder on the Orient Express(Assassinato no Expresso do Oriente) foi publicado em 1934,
considerado um dos maiores sucessos da autora, inspirando diversos
filmes e peças teatrais, apenas no ano de sua publicação vendeu 3
milhões de livros[7],
sendo no quesito vendas o livro mais bem-sucedido de Agatha, tendo
também revolucionado os romances policiais, por conta de seu final
dramático, e de seu enredo diferente, é considerado também o maior caso
da carreira de Poirot e o magnum-opus de Agatha.[7] No livro, um assassinato misterioso assusta aos passageiros do Expresso do Oriente.[34] O livro diversas vezes foi adaptado para o cinema e para a televisão, sendo a mais famosa delas em 1974, com Albert Finney como Hercule Poirot, e a direção de Sidney Lumet.[6] Um fato interessante, é que o Orient Express existe de verdade, começou a operar em 1883 ligando Paris a Constantinopla, e em 1900, passou para o domínio privado, e ao longo dos anos o percurso do trem foi crescendo.[33]
O Caso dos Dez Negrinhos
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Um dos seus livros mais famosos, O Caso dos Dez Negrinhos (no original em inglês, Ten Little Niggers) - cujo título se baseia numa cantiga infantil tradicional da Inglaterra[35]
- causou muita polêmica na época em que foi publicado nos Estados
Unidos devido a preocupações com acusações de racismo; por esse motivo,
edições mais recentes receberam o título And Then There Were None (E Não Sobrou Nenhum).[36]
Apesar da polêmica o livros foi um dos maiores sucessos de Agatha,
adaptado, em mais de uma vez, para a TV e para o cinema, uma das
adaptações mais famosas é o filme And Then There Were None (1945), cujo elenco incluía Barry Fitzgerald, Walter Huston, Judith Anderson e Richard Haydn [37]
Cai o Pano
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O livro "Cai o Pano", narrando a última aventura de Hercule Poirot, foi publicado um pouco antes da sua morte[1].
Agatha disse, quando publicou a história, que preferia matar o seu
personagem mais famoso para evitar publicações que ela não aprovaria,
após a sua morte. Tanto "Cai o Pano" como "Um Crime Adormecido", o
último livro da personagem Miss Marple, haviam sido escritos na década de 1940,
devido à preocupação da autora em não sobreviver à Segunda Guerra
Mundial - e também como uma forma de assegurar uma adicional fonte de
renda para seu marido e sua filha, a quem ela legou os direitos sobre as
obras - e ficaram guardados durante décadas no cofre de um banco. No
livro, Poirot retorna ao local de seu primeiro grande caso, para
resolver outro, sem saber que esse seria o último. O livro chamou tanta atenção, que rendeu a Hercule Poirot um obituário no jornal norte-americano The New York Times, e foi o primeiro personagem fictício a ter lugar na primeira página do jornal.
A outra face de Agatha
St. Martin's Theatre homenageando o 54º aniversário da peça The Mousetrap, em 2006.
Agatha Christie escreveu muito mais do que só literatura policial, a
escritora já publicou seis romances, dois livros de poesias, um livro
infantil, duas autobiografias, e já foi dramaturga. Além de sua peça The Mousetrap("A Ratoeira"), que é a peça há mais tempo em cartaz no mundo, a autora também emplacou a peça Witness for the Prosecution("Testemunha
de Acusação"), embora não tenha tido tanto sucesso como "A Ratoeira",
ambas as peças ainda podem ser vistas, desde os grandes teatros de Londres, até às escolas secundárias dos EUA, e até mesmo Ten Little Niggers, ganhou sua versão teatral sob o título de Ten Little Indians.
Já nos livros, Agatha não se limitou aos romances policiais, sua primeira autobiografia, Christie's An Autobiography, onde dá detalhes sobre sua vida profissional e pessoal até 1965, recebeu muitos elogios da crítica, quando publicado, em 1977 Em 1999(23 anos após a morte da autora) foi publicado Come, Tell Me How You Live, onde Agatha conta como conheceu Max Mallowan, seu segundo marido, no Oriente Médio. Embora poucos o saibam, Agatha já foi também poeta, em 1924 publicou sua primeira coleção de poemas, The Road of Dreams remontando a adolescência da autora, e a Primeira Guerra Mundial, o livro também possui histórias de um personagem chamado Harlequin, que segundo Agatha é o verdadeiro, Harley Quin(do livro The Mysterious Mr. Quin) dois poemas, Elizabeth of England e The Ballad of the Flint, falam sobre deuses nórdicos, em 1973
veio a segunda coletânea, porém com o mesmo título, que tinha na
primeira parte os poemas publicados em 1924, e na segunda, 27 poemas
inéditos, sobre a infância perdida, lugares visitados pela autora e
experiências que teve em suas diversas viagens.Como Mary Westmacott, publicou seis romances não-policiais, o primeiro em 1930, e o último em 1956, certa vez Agatha disse que seus romances eram uma forma de se expressar, o que não poderia fazer em suas histórias policiais.
Agatha escreveu ainda um livro infantil, de cunho religioso,Star Over Bethlehem,
o livro possui seis histórias e cinco poemas, acompanhados de
ilustrações, três das histórias se passam nos tempos modernos, e as
outras três, contam sobre as viagens de Maria e José, a visita dos Reis Magos, e até mesmo o encontro de Jesus com o Apóstolo João, após a ressurreição de Cristo.
Teatro
Playhouse Theatre, onde a peça The Murder at the Vicarage foi encenada.
De todas as peças de teatro sobre livros de Agatha, apenas três não foram adaptadas pela própria autora, foram elas Alibi, Peril at End House e Murder at the Vicarage, a primeira foi um adaptação de The Murder of Roger Ackroyd, foi encenada pela primeira vez em 1928, com direção de Sir Gerald du Marier, e Charles Laughton como Poirot, Agatha, não aprovando a peça, resolveu a partir de então, escrever suas próprias peças de teatro. A primeira escrita pela própria Agatha foi Black Coffee, em 1930, fez tanto sucesso que no ano seguinte foi adaptada para o cinema, com Austin Trevor
interpretando Poirot, porém sem o tradicional bigode do
detetive(Trevor, já havia interpretado Poirot na versão cinematográfica
de Alibi). Depois disso, em 1940, Arthur Ridley adaptou Peril at End House para o teatro, com Francis L. Sullivan como Poirot. E em 1949, The Murder at the Vicarage(adaptação do romance homônimo), entrou em cartaz no Playhouse Theatre.
Alguns anos depois, entrou em cartaz Love from a Stranger, baseado no conto Cottage Philomel, da coletânea The Listerdale Mystery(O Mistério de Listerdale, em Portugal), a peça se tornou filme no ano seguinte ao seu lançamento com Basil Rathbone como protagonista, foi o primeiro filme sobre uma obra de Agatha, a ser inteiramente produzido na Inglaterra, em 1943, Ten Little Niggers ganha a versão teatral, porém com um final diferente do livro, nos EUA a peça teve o nome alterado para Ten Little Indians, para Agatha era um exagero dizer que o título(por conter o termo Nigger,
forma chula de se referir aos negros em inglês) fosse preconceituoso,
já que se referia a uma canção de ninar que existia na cultura inglesa
já há mais de 100 anos.
Murder on the Nile, estreou no Ambassadors Theatre em 1949, nos EUA a peça também teve o título alterado para Hidden Horizon, em 1951, estreou a peça The Hollow, que, ao contrário do romance original,
não era protagonizado por Hercule Poirot, uma vez que Agatha dizia ter
estragado o romance com a presença de Poirot, e que não cometeria o
mesmo erro na peça. Em 1952, a obra-prima de Agatha no teatro, The Mousetrap(A Ratoeira) estreou no Ambassadors Theatre, e foi transferida em 1974 para o St. Martin's Theatre, o título original era Three Blind Mice. "A Ratoeira" foi escrita a pedido da família real britânica, para homenagear o 80º aniversário da Rainha Mary, e foi transmitida ao vivo pela BBC, a peça foi adaptada para um pequeno livro, intitulado Three Blind Mice and Other Histories(A Ratoeira e Outras Historias, em Portugal), inicialmente publicado apenas nos EUA.
Durante toda a década de 1950, as obras de Agatha fizeram sucesso, Witness for the Prosecution, foi adaptado para o teatro 20 anos depois da obra original, ser publicada, e virou filme em 1958, com Charles Laughton como Poirot, em companhia a Marlene Dietrich e Tyrone Power, sendo de forma geral, um grande sucesso, tanto comercial quanto artístico. Spider's Web, peça original, estreou em 1954, com Margaret Lockwood,
interpretando uma mulher que tenta descobrir quem é o responsável por
um assassinato que ocorre na sala de sua casa, ao mesmo tempo que tenta
ocultar o homicídio do restante das pessoas. Já The Unexpected Guest(O Convidado Inesperado), estreou em 1958, foi um sucesso tão grande que fez o público esquecer o fiasco da peça anterior, Verdict, um dos poucos fracassos de Agatha no teatro. Tanto Spider's Web, quanto The Unexpected Guest e Black Coffee, foram transformados em livro por Charles Osborne. Já em 1960, estreou Go Back for Murder, baseada no livro Five Little Pigs, novamente Agatha preferiu tirar Poirot da peça, e em 1962, Rule of Three, uma peça dividida em três outras mini-peças de teatro, intituladas The Rats, The Patient e Afternoon at the Seaside.
O sucesso de Agatha no teatro foi tão grande que ela foi a única mulher
em toda a história a ter três peças simultaneamente em cartaz no West End, de Londres.
Romances e contos
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